Moscou espera que Washington e Pyongyang iniciem o diálogo ao invés de continuar estabelecendo condições para isso, afirmou o vice-chefe do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, comentando a iniciativa do secretário-geral da ONU para estabelecer canais de mediação para um diálogo entre os EUA e a Coreia do Norte.
"Claro que nós queríamos que Washington e Pyongyang encarassem com seriedade esta proposta e parassem de promover suas ambições […] tentando analisar a situação com uma abordagem mais ampla e profunda e acabar com a situação de beco sem saída", afirmou o vice-chefe do ministério russo.
"Para os EUA é bastante vantajoso manter a tensão em diversas regiões, principalmente do ponto de vista econômico. Em alguns lugares há conflitos em curso, mas os Estados Unidos estão tranquilos, já que sua moeda está se reforçando, a economia norte-americana está crescendo. Como ganham os estadunidenses? Em meio às tensões [na península coreana] Trump visitou o Japão e a Coreia do Sul e persuadiu estes países a comprar armas aos EUA gastando dezenas de bilhões de dólares. Tudo isso pode ser qualificado como o uso hábil de tensões em diversas regiões a fim de vender armas, criar empregos, o que gira rendimento adicional para as empresas estadunidenses, principalmente, para o complexo militar-industrial", assinalou Evgeny Kim.
Em 29 de novembro, a Coreia do Norte realizou seu último teste nuclear. Pyongyang afirmou que agora o país passou a ser capaz de lançar um ataque contra qualquer ponto dos EUA.
Anteriormente, a Rússia e a China se manifestaram a favor de uma moratória simultânea sobre o programa nuclear e de mísseis norte-coreano e os exercícios conjuntos dos EUA e da Coreia do Sul, contudo, Washington ignorou esta iniciativa.