"Os EUA estão tentando transferir para nós a responsabilidade sobre as tensões na península coreana com o seu diálogo ofensivo. O movimento é visto como destinado a dar o tom para manipular novas resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que podem incluir um bloqueio marítimo, se não aceitarmos um diálogo voltado para discutir o abandono de nossas armas nucleares… Não há mudança em nossa posição de que não iremos recuar em nossa marcha para fortalecer nossa força nuclear ", afirmou o jornal Rodong Sinmun.
A declaração ocorre uma semana depois que o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, anunciou que Washington estaria "pronta para conversar a qualquer momento" com a Coreia do Norte "sem pré-condição", mas enfatizou que "o esforço diplomático deve ser respaldado por uma alternativa militar muito crível".
Falando no Conselho de Segurança da ONU naquela semana, Tillerson disse que os Estados Unidos continuariam pressionando Pyongyang, chamando Rússia e China a se juntarem a eles na tentativa de levar a Coreia do Norte à mesa de negociações para suspenderem seus programas de mísseis nucleares e balísticos.
A possibilidade de um bloqueio naval da Coreia do Norte foi antecipada por Washington durante a discussão de sanções no Conselho de Segurança em setembro, mas a medida não foi incluída na resolução, uma vez que a China e a Rússia se opuseram a tais medidas.
Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte disse que o país consideraria um bloqueio naval contra ele um ato de guerra e levaria "severas medidas de retaliação".
Separadamente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu a ajuda da Rússia para resolver o problema nuclear da Coreia do Norte durante uma conversa telefônica realizada na semana passada com o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, dizendo que Moscou e Pequim estão prontos para fazer medidas para prevenir a escalada da crise.
Mais recentemente, o conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Herbert Raymond McMaster, disse que apesar da tentativa de Washington em resolver a crise na península coreana por meios pacíficos, esse caminho para um acordo não seria a única opção na agenda.