A primeira manifestação ocorreu ainda no dia 14 de dezembro, quando milhares de argentinos lotaram a Praça do Congresso, enquanto o projeto de lei estava sendo debatido na Câmara dos Deputados. No entanto, devido aos distúrbios, a sessão foi suspensa. De acordo com o jornal La Izquierda, dois membros da Coordenação de Trabalhadores da Economia Popular (CTEP) ficaram gravemente feridos: um precisou remover um olho e um outro perdeu a visão.
Finalmente a votação foi marcada para o dia 18 de dezembro. Durante o dia, os opositores da reforma ocuparam os arredores do Parlamento e mais incidentes de violência foram registrados, com 162 feridos (88 policiais e 74 civis), segundo Telam. Naquele dia, as tropas da polícia foram amplamente derrotadas pelos manifestantes, como mostram as imagens:
Por outro lado, o presidente Maurício Macri visitou um dos policiais no hospital e publicou seu apoio às forças de segurança em sua conta no Facebook:
A votação foi durou até a madrugada do dia 19 de dezembro, enquanto milhares de pessoas sem bandeiras políticas ocuparam novamente as proximidades do Congresso argentino. Por volta das 3hs da manhã (hora local), a Polícia dispersou os manifestantes, que em poucos minutos desocuparam as ruas.
#Cacerolazo Son las dos de la mañana y sigue llegando gente al Congreso. ¿De verdad el Gobierno va a ignorar a toda esta gente? pic.twitter.com/pk8YclI0tU
— Juan Amorín (@juan_amorin) 19 de dezembro de 2017
Depois da aprovação
Após a vitória do governo e da aprovação da reforma, mais uma vez, na noite do dia 19 e início da manhã de 20 de dezembro, as panelas ressoaram das janelas dos edifícios e depois pelas ruas da capital.
Centenas de cidadãos voltaram a comparecer perante o Parlamento para expressar seu repúdio. Além disso, uma nova reforma proposta pelo governo foi debatida no Congresso: a reforma tributária.
Vale ressaltar que o presidente ainda pode vetar as leis aprovadas pelo legislativo. Isso dificilmente acontecerá, porém, segundo especialistas.
Apesar do veto ter sido contra os trabalhadores, alguns manifestantes tentam exercer pressão social nas ruas para rever a aprovação da reforma da previdência, embora Macri já tenha dito à imprensa que a "reforma defende os aposentados".
Enquanto isso, as organizações sociais, partidos políticos e sindicatos na Argentina organizam novos protestos contra o pacote proposto por Macri, no qual também está prevista a reforma trabalhista, ainda a ser debatida no Congresso.