Pesquisadores revelam que em planetas de 'estrelas mortas' pode existir vida

© AP Photo / NASA, JPL-CaltechUm pulsar - estrela de nêutrons muito pequena e muito densa
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A vida pode existir na superfície de planetas girando em torno de pulsares, caso sua atmosfera possua densidade bastante para transformar a maior parte dos raios X e partículas de alta energia em calor, afirmam astrônomos em um artigo publicado na revista de Astronomy & Astrophysics.

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Durante os últimos anos, os planetólogos descobriram quase dois mil planetas fora do Sistema Solar. Estes planetas, apesar do conteúdo parecido com o terrestre e tamanhos relativamente pequenos, praticamente desde o início foram considerados como "mortos" — os cientistas supunham que os potentes raios X e partículas de alta energia matariam completamente toda a vida em sua superfície caso existisse. Mesmo se os habitantes destes mundos pudessem se proteger contra tais problemas, o processo de formação de estrelas de nêutrons, ou seja, a explosão de uma supernova, destruiria a atmosfera e quaisquer vestígios de vida em sua superfície.

Alessandro Patruno, da Universidade de Leiden (Países Baixos), explicou que em resultado do estudo os cientistas descobriram que os planetas podem se formar perto de pulsares após a morte da estrela a partir de seus "destroços", o que por sua vez levou os cientistas a pensar se estes mundos possuem ou não atmosfera e se formas de vida mais primitivas poderiam sobreviver em sua superfície.

Patruno e seus colegas da Universidade de Cambridge resolveram conferir estudando as particularidades de três planetas girando em torno do pulsar PSR B1257+12. Todos estes mundos pertencem a planetas do tipo da Terra e podem possuir atmosfera e reservas de água consideráveis.

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De acordo com os cientistas, o maior perigo para a vida seria representado por raios X e partículas de alta energia "acelerando" o potente campo magnético da "estrela morta".

Os pesquisadores mediram a potência desta radiação e a quantidade de partículas. Segundo os resultados, os planetas situados a uma grande distância de pulsares, cerca de 2 a 5 unidades astronômicas, poderiam aguentar sua ação.

Contudo, isso é válido somente para os planetas grandes, com um campo magnético tipo "terrestre" e uma atmosfera densa dificultando os raios X e as partículas de atingirem sua superfície.

Segundo explicou Patruno, os últimos dois planetas girando ao redor do PSR B1257+12 estão situados perto da "zona de vida", onde a água pode existir em estado líquido graças ao calor do planeta causado pela radiação X e partículas da alta energia.

Levando em consideração que os pulsares da Via Láctea contam com 10 milhões de planetas, ao redor de "estrelas mortas" podem existir mundos potencialmente habitados.

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