A eleição foi convocada no final de outubro, depois que o governo espanhol dissolveu o Parlamento catalão por participar de um referendo de independência considerado ilegal.
O jornal local catalão La Vanguardia informou que os partidos pró-independência teriam de 67 a 71 assentos entre os 135 do parlamento catalão. O comparecimento às urnas foi de 68,3% a 69,4% da população votante. As pesquisas de opinião mostraram um empate entre os partidos pró-independência e pró-sindicalistas que entraram nas eleições.
Muitas cadeiras devem ir para o partido Cidadãos (Ciutadans) de centro-esquerda. Anteriormente, os partidos pró-independência ocuparam 72 assentos no parlamento catalão, o que configura situação de maioria. São necessários 68 lugares para ter a maioria absoluta no parlamento.
Puigdemont, que viveu no exílio na Bélgica, pediu um retorno à ordem regional na Catalunha. Seu ex-vice-presidente, Oriol Junqueras, também assumiu um tom conciliador, diferente dos pedidos anteriores de separação unilateral. "Posso garantir que somos democratas antes de sermos separatistas e que o objetivo [de ganhar independência] nem sempre justifica os meios", disse Junqueras, que atualmente está sob custódia por acusações de insubordinação.
Mas muitos observadores duvidam que a divisão entre sindicalistas e separatistas possa diminuir tão facilmente.
As linhas na Catalunha são geralmente desenhadas entre os partidos nacionalistas catalães de direita, como a coalizão Juntos pelo sim (Junts Pel Sí), de Puigdemont, e os partidos socialistas europeus de esquerda, como o Cidadãos e o Partido Socialista da Catalunha, que apoiam o sindicalismo espanhol. No entanto, partidos menores, como a Candidatura da Unidade Popular (CUP) e o Partido Popular, conservador, mostram que a questão transcende as tradicionais divisões entre esquerda e direita para muitos catalães.
À medida que os separatistas continuam a controlar o parlamento, as tensões entre Madri e Barcelona devem continuar. Mais de mil pessoas foram presas durante confrontos entre a polícia federal e os manifestantes nos dias que se seguiram ao referendo.
O presidente espanhol, Mariano Rajoy, recebeu o apoio de outros governos europeus, a maioria declarando que não reconheceriam a Catalunha independente. Mas ele também tem contado com a crise para desviar a atenção de um escândalo de corrupção que caiu sobre vários membros de seu partido.
A Catalunha é o centro industrial e de negócios da Espanha, representando um quinto da economia espanhola, mas apenas cerca de 16% da população. No entanto, o caos que se seguiu ao referendo levou mais de 2 mil empresas a mudarem suas sedes da Catalunha para outras regiões da Espanha.