Uma das organizações extremistas mais ativas no território pós-soviético é Hizb ut-Tahrir (Partido de Libertação, em português), proibida na Rússia, Alemanha, Turquia e Cazaquistão.
Hizb ut-Tahrir é proibida na Rússia desde 2003, mas, até hoje, forças especiais encontram novas células da organização. Além da Ásia Central soviética, o grupo opera ativamente na Ucrânia, onde suas atividades não são proibidas.
Antes, extremistas se sentiam à vontade na Crimeia. Porém, após a reunificação da última com a Rússia, muitos islamistas se transferiram para o território ucraniano, controlado por Kiev, explica o autor do artigo. Autoridades e mídia ucranianas, por sua vez, mostram o combate da Rússia a Hizb ut-Tahrir como "perseguição de muçulmanos".
Além dos territórios fronteiriços com a Rússia, extremistas chegaram a Kiev e até mesmo a regiões ocidentais da Ucrânia, provocando indignação de nacionalistas ucranianos.
"Hizb ut-Tahrir está se sentindo bastante à vontade. […] É uma bomba-relógio. Podemos claramente ignorá-la, mas, de todas as formas, ela vai detonar", advertiu um dos fundadores do batalhão voluntário Azov, Oleg Odnorozhenko.
Segundo dados do Ministério do Interior russo, desde a reunificação da Crimeia à Rússia, o número de seguidores de Hizb ut-Tahrir diminuiu de 10 mil para 2,5 mil pessoas.
Na opinião do parlamentar russo Ruslan Balbek, hoje em dia, a Ucrânia se tornou um "hub" (centro de conexões) para extremistas. Além de Hizb ut-Tahrir, no território ucraniano opera a organização muçulmana Alraid, "a mesma coisa que a Irmandade Muçulmana, que realizaram golpes de Estado no Oriente Médio", acredita o parlamentar, e o movimento religioso Nurculuk, ligado ao golpe na Turquia.