A causa? A epidemia de opioides, entre outras coisas. De acordo com o Centro Nacional de Estatísticas de Saúde, um bebê nascido nos Estados Unidos em 2016 tinha a expectativa de viver 78,6 anos, o que mostra diminuição de quase um mês em comparação com 2015 e dois meses em relação a 2014.
Embora a diferença de um mês possa não parecer muita coisa, ela reflete uma tendência trágica para o país. A expectativa de vida nos EUA não diminuía por dois anos seguidos desde 1962-1963, quando aumentos de mortes por gripe foram as causas prováveis, segundo Robert Anderson, chefe do departamento de estatísticas de mortalidade do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos Estados Unidos.
"Nós vemos ocasionalmente uma queda de um ano, mesmo que isso não aconteça muitas vezes, mas dois anos seguidos é bastante impressionante", disse Anderson, de acordo com jornal britânico The Guardian. "E a principal causa disso é o aumento da mortalidade por abuso de drogas".
Essa mudança local difere da média global. Enquanto a expectativa de vida nos EUA caiu, no resto do mundo ela continua subindo.
"Se você olha os outros países desenvolvidos no mundo, eles não estão vendo esse tipo de coisa. A expectativa de vida está aumentando", diz Anderson.
Ele também apontou que a queda da expectativa de vida aconteceu mesmo com os EUA tendo uma das maiores taxas de gastos mundiais em cuidados médicos por pessoa.
Mais de 42 mil estadunidenses morreram de overdoses de opioides em 2016, um aumento de 28% em relação a 2015, segundo as estatísticas do Centro. No total, as mortes de 63,6 mil estadunidenses foram atribuídas a overdoses de drogas, um aumentando em 21% no total.
Enquanto isso, as mortes por doença cardíaca, a principal causa de morte nos EUA, de acordo com o Centro Nacional de Estatísticas de Saúde, caíram pelo sexto ano consecutivo. Mesmo assim, a queda não foi suficiente para compensar o aumento dos casos de morte por abuso de drogas, diz Anderson.
Os cinco estados com as piores taxas de mortalidade são a Virgínia Ocidental, onde morreram de overdose 52 pessoas a cada 100 mil mortes, quase o triplo da média nacional, seguido por Ohio, New Hampshire, Pensilvânia e a cidade de Washington, DC. Estes últimos, todos com 38 mortes por overdose para cada 100 mil óbitos.