Segundo o porta-voz citado pela emissora iemenita Al-Masirah, o Patriot lançou ao menos cinco projéteis para interceptar os mísseis dos houthis, mas nenhum deles conseguiu alcançar seu alvo.
A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, disse durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU que o míssil dos houthis, disparado contra a Arábia Saudita, tem todas as caraterísticas próprias dos ataques anteriores com armas iranianas, isto é, são mísseis Burkan-2. O Irã, por sua vez, negou ter qualquer relação com o ataque.
Esta não é a primeira vez que os rebeldes iemenitas atacam Riad. Em 4 de novembro, um míssil balístico lançado do território iemenita explodiu perto do aeroporto internacional Rey Khalid, situado a noroeste da capital saudita.
Segundo o professor da Escola Superior de Economia da Rússia, Grigory Lukianov, o recente ataque poderá causar escalada do conflito no Iêmen.
"O objetivo dos ataques não é apenas causar um dano material sério aos sauditas, mas buscar certo efeito simbólico, anunciando a prontidão e capacidade dos houthis de travar uma guerra contra o invasor alheio [Riad] com todos os meios disponíveis", afirmou ao jornal Gazeta.ru.
"Aconteça o que acontecer no Iêmen, Iraque, Bahrein — nos países perto da Arábia Saudita, nas regiões habitadas por xiitas, a ‘culpa' será do Irã", disse Lukianov, acrescentando que Riad tem por objetivo isolar Teerã como se estivesse tentando garantir segurança nacional.
Porém, Ruslan Mamedov, analista do Conselho de Assuntos Internacionais da Rússia, acredita que o recente lançamento de míssil por parte dos rebeldes iemenitas não influirá na situação no Iêmen.
Mamedov assegurou que o único fator que pode mudar o equilíbrio de forças no país é o assassinato do ex-presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, que ocorreu em 4 de dezembro. Na opinião do especialista, o assassinato vai desestabilizar a aliança dos partidários de Saleh com os houthis.