"A suspensão entrará em vigor na próxima quarta-feira, 3 de janeiro, ao mesmo tempo que um plano de ação para responder às questões levantadas pela União Europeia após uma inspeção realizada em setembro de 2017", disse o Ministério da Agricultura em comunicado.
O movimento teve como objetivo impedir a própria UE de pedir uma suspensão, afirmou Luís Rangel, secretário de Estado responsável pela pesca. Ele citou desentendimentos em padrões de segurança alimentar entre o Brasil e a UE.
“Isto nos deixa numa posição mais favorável para retomar as exportações assim que forem resolvidos os problemas, evitando uma suspensão unilateral pela UE”, afirmou Rangel.
De acordo com o representante brasileiro, as discordâncias entre o Brasil e a Europa correspondem a aspectos burocráticos.
“As autoridades sanitárias do bloco europeu consideram que os pescados fazem parte de um único contexto, posição que discordamos. São matrizes diferentes (contaminantes e riscos diferentes) para serem tratadas de maneira igualitária”, completou.
Segundo um sindicato de inspetores agrícolas, "a missão de inspeção veterinária da UE em setembro determinou que as mudanças que pediram em visitas anteriores não foram implementadas". Teria ficado clara, assim, "a fragilidade do sistema de inspeção brasileiro".
"A Comissão Europeia disse que o sistema brasileiro de produção de peixe teve graves falhas e deficiências, especialmente em relação à qualidade de nossos navios de pesca", afirmou a entidade.
A associação comercial brasileira PEIXE BR, que representa a metade dos produtores de peixe no país, pediu ao governo que tome "medidas urgentes" para evitar danos ao mercado.
Em 2016, o Brasil exportou 33,1 milhões de dólares de pescado. Até 30 de novembro de 2017, a exportação somava US$ 21,8 milhões.