A quadrilha, que começou a prosperar rapidamente no sistema penitenciário, espalhou-se por todo o continente e abordou a Europa, sendo considerado o grupo criminoso mais brutal da região, já que muitos de seus fundadores tinham experiência em guerrear, o que lhe deu vantagem enorme perante seus rivais. Alguns dos seus membros eram satanistas intransigentes que adoravam o diabo e chegaram a praticar horríveis sacrifícios de animais, o que continua acontecendo hoje em dia, explicou Thomas Ward, professor de antropologia da Universidade do Sul da Califórnia.
Satanistas intransigentes
Os membros do MS-13, que se distinguem por ser completamente tatuados, asseguram que realizam atos macabros a pedido do diabo. "Besta-fera queria uma alma e eu a dei", disse um membro da quadrilha que matou uma jovem de 15 anos.
"O diabo pede que a gente faça coisas para ele. Assim recebemos força. […] A besta-fera também nos protege", afirmou José Del Cid, que se juntou à quadrilha aos 9 anos de idade depois de ter sido expulso de casa.
Recentemente, foi descoberto o assassinato de uma pessoa que apareceu em um túmulo pouco profundo no parque Regional Wheaton em Maryland, EUA. Segundo fontes da investigação, da vítima, que foi esfaqueada 100 vezes, decapitada e desmembrada, foi também extirpado o coração, que atiraram no túmulo. O assassinato foi relacionado à quadrilha Mara Salvatrucha depois de um dos envolvidos ter confessado, informa o The Washington Post.
Sobre o caráter satânico do grupo, um membro da Mara Salvatucha contou à Ward sua atividade na quadrilha: "Fomos ao cemitério e fizemos um juramento bebendo sangue uns dos outros. Cortamos as mãos com facas e bebemos o sangue. Fumamos muita maconha e logo cortamos um gato pela metade."
'Oportunidade de sair da quadrilha'
José Del Cid participou de inúmeros assassinatos brutais, onde usava principalmente machetes. Após assinar um membro da quadrilha suspeito de ser um delator, Del Cid confessou que durante o julgamento teve que amputar as pernas do cadáver. "Começamos a amputar as pernas dele com machete, logo as dobramos e as colocamos em um buraco também."
Depois de confessar assassinatos cometidos aos 18 anos de idade, Del Cid permanece preso nos EUA no âmbito do programa de proteção a testemunhas. "Vejo isso como oportunidade para sair da quadrilha, porque se você é enviado de volta à prisão com todos estes loucos [a El Salvador], então termina matando de novo."