Entretanto, apesar dos evidentes êxitos militares na Síria, a Rússia deve passar para um novo modelo de produção e desenvolver suas próprias e promissoras tecnologias no futuro próximo. O país deve se tornar um centro intelectual e tecnológico a nível mundial, disse o especialista.
Segundo Khodaryonok, o complexo militar e industrial do país poderia impulsionar mudanças estruturais na economia. A campanha síria é mais uma evidência da sua eficácia.
Durante a operação na Síria entre 2015 e 2017, as Forças Armadas russas testaram mais de 200 modelos de armas e equipamento militar. A maioria das armas confirmou suas capacidades táticas e técnicas. Entretanto, foi tomada e decisão de parar a produção de dez modelos que não passaram a prova dos combates reais.
Durante o lançamento dos mísseis Kalibr-PL a partir do mar Mediterrâneo, os submarinos russos foram cercados por navios da OTAN, que vigiavam suas ações. O Ministério da Defesa russo lhes forneceu as coordenadas dos lançamentos com antecedência.
Para lançar os projéteis, os submarinos russos subiram primeiro à superfície e depois mergulharam. Após isso, os meios de vigilância dos navios da OTAN os perderam quase imediatamente nas profundezas do Mediterrâneo.
Apenas se ouvia: "Onde está o submarino russo? Aonde foi parar? É um buraco negro!", lembrou o colunista.
A Rússia tradicionalmente ocupa o segundo lugar no mundo em exportações de armas. Hoje em dia, o mercado de armas e equipamentos militares é dividido da seguinte maneira: os EUA ocupam 33%; Rússia, 23%; China, 6,2%; França, 6%; Alemanha, 5,6%; outros países, 26,2%.
Os analistas preveem que, até 2020, a capacidade do mercado pode crescer para 120 bilhões de dólares (R$ 360 bilhões).
Os principais importadores de armas são atualmente a Índia, com 13%; Arábia Saudita, que representa 8,2%; Emirados Árabes Unidos que são responsáveis por 4,6%; China, 4,5%; Argélia, 3,7%; e outros países, 66%. Os principais compradores de armas russas são os países da região Ásia-Pacífico, Oriente Médio e África do Norte. Os cinco principais parceiros da Rússia são: Argélia (28%), Índia (17%), China (11%), Egito (9%) e Iraque (6%). Aproximadamente metade dos produtos fornecidos são aviões, e um quarto são meios de defesa aérea.
Ao mesmo tempo, o autor sublinha que se observa um aumento de competição por parte da China, Índia, Coreia do Sul, Brasil e Bielorrússia.
"Para ultrapassar os concorrentes no mercado mundial de armas e equipamento militar, a Rússia deve se focar nas tecnologias de uso duplo, ou seja, as que são aplicadas tanto no âmbito civil como no militar. Isso permitiria otimizar em grande parte os custos de seu desenvolvimento", disse o especialista.
"De facto, é um setor real da economia que se baseia nas tecnologias de uso duplo do complexo militar e industrial russo. Este caminho de desenvolvimento da indústria nacional parece ser o mais adequado na atualidade", concluiu o autor.