Por regiões, o levantamento apontou que nas regiões Norte e Nordeste, onde o ex-Presidente Luíz Inácio Lula da Silva possui grande poder político e tem-se revelado um opositor ferrenho das privatizações, a oposição às privatizações é de 78 e 76% respectivamente. Já na região Sudeste, menos favorável ao Partido dos Trabalhadores, há 67% de rejeição às privatizações contra 25% de apoio.
Levando em consideração todos esses fatores, o Professor Luiz Carlos Prado afirmou que a questão é discutida de uma forma muito ideológica e não racional.
"Já é conhecido o ceticismo da população brasileira em relação à alienação de patrimônio público. Estas questões ganham vulto em períodos eleitorais e são discutidas de forma ideológica e pouco racional. Por isso, entendo que o tema privatização precisa ser debatido sob duas perspectivas, uma técnica, sob o ponto de vista econômico, e o aspecto político. Sob o ponto de vista econômico, a propriedade em si não quer dizer nada. Uma empresa tanto pode ser pública quanto privada desde que haja, dependendo de cada área, regulação de serviços e controle pela sociedade", afirmou o especialista.
No entanto, Luiz Carlos Prado destaca determinados segmentos que devem permanecer sob a administração do Estado:
O Professor Luiz Carlos Prado também ressalta que o debate em torno da privatização não deve ficar restrito ao sim ou não.
"É preciso questionar qual a política para o setor que está sendo alvo de privatização. Da mesma forma é preciso informar à sociedade em que a transferência para a iniciativa tornará as empresas estatais mais eficientes, mais geradoras de empregos e mais capazes de oferecer melhores e mais baratos preços para a população", concluiu o professor.