Muitos economistas consideram que agora é difícil imaginar que o dólar, como moeda de reserva mundial, venha a colapsar. Entretanto, alguns especialistas creem que o petrodólar já sofreu o primeiro duro golpe.
O gerente de fundos de alto risco Erik Townsend discutiu o futuro do dólar com o fundador da Forest for the Trees (FFT), Luke Gromen, e o fundador da Morgan Creek, Mark Yusko.
"Considero que a causa está relacionada com a estrutura do sistema eurodólar [depósitos em dólares nos bancos localizados fora do território dos EUA, em geral na Europa, onde a prática teve início]. Se um ou outro país quiser deixar de usar o dólar, paradoxalmente isso aumentará a força da divisa norte-americana", disse Luke Gromen.
Yusko, por sua vez, estabelece paralelismos entre o dólar e a libra esterlina, que precedeu a divisa norte-americana como moeda de reserva mundial de referência.
"Os norte-americanos consideram que o dólar sempre tem sido a moeda de reserva mundial. Mas isso não é verdade. O dólar adquiriu esse estatuto apenas a partir de 1944, substituindo a libra esterlina", explicou ele.
"Em 2013, os EUA intervieram no Oriente Médio, contraíram dívidas e com o dólar aconteceu o mesmo que com a libra esterlina muitos anos atrás. Paralelamente, a cotação do yuan chinês aumentou consideravelmente em relação à da moeda norte-americana", sublinhou o fundador da Morgan Creek.
"Quando olho ao redor, penso que está claro que a China tem um plano. Durante as últimas cinco décadas, a implementação desse plano levou a um crescimento bastante harmonioso [da sua moeda]", declarou ele.
Em outras palavras, Yusko está convencido de que o yuan chinês substituirá o dólar como a moeda de reserva mundial até 2050, quando o país se tornar uma força dominante.