A situação em torno da península coreana é caracterizada por um nível de tensões sem precedentes, o conflito pode se iniciar por acaso, afirmou em entrevista à Sputnik o enviado especial da chancelaria da Rússia, embaixador Oleg Burmistrov.
De acordo com Burmistrov, no nordeste da Ásia foi acumulada uma "quantidade enorme de armas, e a própria região se tornou um barril de pólvora". "Sendo assim, até mesmo incidentes ocasionais podem iniciar uma reação em cadeia de conflitos militares", assinalou o diplomata russo.
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista em ciências políticas Vladimir Kolotov opinou que levar a cabo uma política de ameaças, bem como brandir as armas, ainda nunca contribuíram para a resolução de problemas de segurança.
"A situação em torno na península coreana é muito tensa, e as pessoas que contribuem para estas tensões não levam em consideração que o conflito pode-se desencadear mesmo sem instruções diretas. Quando começam a brandir as armas e as emoções dominam, então os problemas podem vir de qualquer direção. A experiência dos conflitos militares do século vinte comprova que eles podem se iniciar sozinhos. No momento, a situação é pior, já que pode envolver armas nucleares. É um fator muito perigoso. Além disso, ninguém descarta a possibilidade de hackers poderem se intrometer no conflito. Podem ocorrer falhas técnicas que o podem fazer alastrar. Sendo assim, o confronto de hoje é completamente contraprodutivo. Acredito que seja necessário parar de brandir as armas. Na história não houve nenhum caso em que qualquer problema de segurança tenha sido resolvido desta forma. A Coreia do Norte não pode recuar, ela vai se defender até o final. Pois a política de ameaças não levará aos resultados desejados", assinalou Vladimir Kolotov.