"Temos de fazer justiça a Maduro, seus aliados e simpatizantes, pois eles conseguiram semear, digamos assim, uma dissonância nas fileiras da oposição. Ela é muito variada: tem os de direita, os do centro, os de esquerda. Às vezes os apoiantes de Maduro os chamam de fascistas, mas isso não é nada justo, volto a dizer que são diferentes uns dos outros. Mas o que Maduro conseguiu fazer foi dividi-los", sublinhou o especialista em uma conversa com o serviço russo da Rádio Sputnik.
Um novo problema surge quando a gente fala das próximas eleições presidenciais, assinala Jeifets, especialmente no que se trata do possível candidato da oposição.
"De fato, a pergunta é a seguinte: será contra Maduro ou alguém da sua equipe? Maduro tomou, diria, um passo muito certo ao tirar toda uma série de políticos do contexto político, como por exemplo seu ex-rival presidenciável Henrique Capriles, que hoje em dia nem tem direito a ser eleito e a sair do país. […] Ou seja, eles podem discursar, podem falar, se dirigir às massas populares, mas não podem participar da votação de modo legítimo", explicou.
Neste caso, a oportunidade de que apareça alguma figura marcante da oposição nessas presidenciais diminuiu bruscamente, opina o especialista, especialmente tomando em conta que a candidatura de Leopoldo López também continua em grande dúvida.
Outro analista russo e especialista sênior da agência de análise financeira e econômica Finek, Mikhail Belyaev, falou em detalhe sobre as dificuldades econômicas pelas quais o país tem passado.
De acordo com o especialista, o exemplo da Venezuela prova que um país, mesmo um país tão grande e com tantos recursos naturais, não pode contar com apenas um produto como fonte de receita.
"Agora elas [autoridades venezuelanas] estão procurando por outro produto mágico, isto é, criptomoedas", adiantou.