Como foi 2017 para a Venezuela? Evidentemente, nada para 'celebrar'

© REUTERS / Andres Martinez CasaresUm manifestante gesticula durante confrontos com forças de segurança perto da base militar de Fuerte Paramacay em Valência, Venezuela 6 de agosto de 2017.
Um manifestante gesticula durante confrontos com forças de segurança perto da base militar de Fuerte Paramacay em Valência, Venezuela 6 de agosto de 2017. - Sputnik Brasil
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Para a política interna da Venezuela o ano de 2017 foi mais que turbulento, com inúmeras manifestações populares, confrontos entre ativistas e policiais e temíveis déficits econômicos. O especialista russo Viktor Jeifets resume a respectiva trajetória em uma conversa com a Sputnik nas vésperas do Ano Novo.

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Na opinião do analista, a maior fraqueza da atual oposição no país consiste na sua excessiva diversidade que se consolida apenas pelo fato de ter em comum o ódio para com Maduro. Entretanto, Jeifets avaliou como eficiente a estratégia aplicada pelo líder do país em meio à crise política.

"Temos de fazer justiça a Maduro, seus aliados e simpatizantes, pois eles conseguiram semear, digamos assim, uma dissonância nas fileiras da oposição. Ela é muito variada: tem os de direita, os do centro, os de esquerda. Às vezes os apoiantes de Maduro os chamam de fascistas, mas isso não é nada justo, volto a dizer que são diferentes uns dos outros. Mas o que Maduro conseguiu fazer foi dividi-los", sublinhou o especialista em uma conversa com o serviço russo da Rádio Sputnik.

Um novo problema surge quando a gente fala das próximas eleições presidenciais, assinala Jeifets, especialmente no que se trata do possível candidato da oposição.

"De fato, a pergunta é a seguinte: será contra Maduro ou alguém da sua equipe? Maduro tomou, diria, um passo muito certo ao tirar toda uma série de políticos do contexto político, como por exemplo seu ex-rival presidenciável Henrique Capriles, que hoje em dia nem tem direito a ser eleito e a sair do país. […] Ou seja, eles podem discursar, podem falar, se dirigir às massas populares, mas não podem participar da votação de modo legítimo", explicou.

Neste caso, a oportunidade de que apareça alguma figura marcante da oposição nessas presidenciais diminuiu bruscamente, opina o especialista, especialmente tomando em conta que a candidatura de Leopoldo López também continua em grande dúvida.

Outro analista russo e especialista sênior da agência de análise financeira e econômica Finek, Mikhail Belyaev, falou em detalhe sobre as dificuldades econômicas pelas quais o país tem passado.

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"Em minha opinião, toda a situação na Venezuela se criou pela mesma razão que provoca todas as desgraças de caráter econômico em qualquer país. É a demasiado pouca atenção prestada à política interna, ao desenvolvimento interno, as tentativas de descobrir onde é que tem que investir para que cresça a produção interna e não o enfoque único no monoproduto, o petróleo, capaz de ser vendido no exterior para comprar algo que o país necessita", expressou.

De acordo com o especialista, o exemplo da Venezuela prova que um país, mesmo um país tão grande e com tantos recursos naturais, não pode contar com apenas um produto como fonte de receita.

"Agora elas [autoridades venezuelanas] estão procurando por outro produto mágico, isto é, criptomoedas", adiantou.

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