No domingo, o Comitê Central do Likud aprovou por unanimidade uma resolução não vinculativa para anexar os assentamentos israelenses na Judéia e Samaria na Cisjordânia. O documento também reconheceu a postura de Israel de décadas em Jerusalém, que chama a cidade da "capital eterna" do Estado judeu.
Embora não tenha efeito legal, a proclamação simbólica endossa diretamente as políticas expansionistas do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que estão sob o destaque após o reconhecimento dos EUA de Jerusalém como a capital israelita, em dezembro.
A resolução consultiva, amplamente condenada nos círculos políticos israelenses, também foi criticada pelo Hamas e Fatah — os dois principais partidos políticos palestinos. Os assentamentos judeus ilegais e o status de Jerusalém são considerados os principais obstáculos para um processo de paz de dois Estados.
Abbas reage
A resolução do Likud é "parte do plano de Israel para apagar os direitos inalienáveis do povo palestino", afirmou na segunda-feira o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas. Ele acrescentou que o documento tinha "o apoio total da administração dos EUA, que se recusaram a condenar os assentamentos coloniais israelenses, bem como os ataques e crimes sistemáticos da ocupação israelense contra o povo da Palestina".
Abbas acusou o partido no governo israelense de "consolidação de um regime de apartheid", acrescentando que Israel não está interessado em uma resolução pacífica da crise. O presidente também observou que planeja tomar decisões "importantes" em 2018, o que responsabilizará Israel por seus crimes contra os palestinos. Abbas, no entanto, não conseguiu elaborar os passos que ele tem em mente.
"Os esforços israelenses para matar as chances de paz serão atendidos com mais determinação e firmeza. Nenhuma pessoa no mundo aceitou viver como escrava e o povo palestino não vai ser o primeiro a fazê-lo", disse Abbas, de acordo com as notícias da WAFA.
"Devemos tomar decisões importantes durante 2018, inclusive no que diz respeito a locais legais, a fim de responsabilizar Israel por suas violações graves e sistemáticas do direito internacional e rever os acordos assinados com Israel", continuou.
Israel deve "repensar" seu agressivo "sistema de apartheid" e honrar o status de Jerusalém Oriental como a futura capital de um Estado palestino, disse o presidente Mahmoud Abbas na véspera de Ano Novo.
Hamas e a nova "Intifada"
O partido palestino rival, o Hamas, que reiteradamente emitiu pedidos de uma nova "Intifada" contra Israel na sequência do anúncio de Donald Trump em 6 de dezembro, também criticou a resolução do Likud.
"A tentativa do Partido extremista do Likud de legislar [para] uma decisão de anexar a Cisjordânia a 'Israel' confirma que a decisão de Trump sobre Jerusalém permitiu à ocupação implementar sua política racista, que visa liquidar a causa palestina", disse o Hamas em um declaração, que alerta ainda sobre "a continuação da Intifada palestina e a escalada de resistência contra a ocupação israelense".