As ruas da capital iraniana, Teerã, foram ocupadas por manifestantes após a replicação de um vídeo nas redes sociais em que forças de segurança pública são vistas abrindo fogo contra civis. No entanto, de acordo com a rede de notícias Al-Jazeera, as imagens replicadas são de 2009, postadas na internet em 2011. A reportagem do canal árabe mostra ainda que a pessoa responsável por postar as imagens estava localizada na Califórnia, Estados Unidos.
Outra gravação mostrando uma horda de pessoas enfrentando a polícia e foi atribuída pela conta pró-israel como sendo parte dos protestos iranianos. As imagens, no entanto, são das manifestações na Argentina contra a reforma da Previdência, filmadas no dia 18 do mês passado como pode ser visto no comparativo entre a gravação verdadeira postada em dezembro e tweet com a informação falsa (que conta, até o momento, com mais de 1,4 mil retweets). Na gravação é possível, inclusive, ouvir os manifestantes gritando em espanhol.
#Argentina, best moment, on Dec 18: The crowd faces the police, cops move away, in #BuenosAires. #TodosAlCongreso #NoALaReformaPrevisional #ReformaPrevisional #NoALaReformaJubilatoria pic.twitter.com/cwdiVxq5Ma
— ubique (@PersonalEscrito) 19 de dezembro de 2017
— Hananya Naftali (@HananyaNaftali) 30 de dezembro de 2017
Hundreds of thousands of Iranians are rising up against the #Iranian regime and is reaching new cities every hour. "Khamenei shame on you, let go the country"
The Iranians can change their country, it's time to end the regime! pic.twitter.com/dX8PVYPs6B
A origem das notícias falsas não foi precisada, o que motivou Teerã a bloquear todas as redes sociais do país alegando motivos de segurança.
Apoio dos EUA
Na manhã desta quarta (3), o presidente Donald Trump usou o Twitter para demonstrar "respeito pelas pessoas do Irã que lutam contra um governo corrupto". O mandatário estadunidense aproveitou a oportunidade para prometer "grande apoio dos Estados Unidos" em época apropriada.
Such respect for the people of Iran as they try to take back their corrupt government. You will see great support from the United States at the appropriate time!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 3 de janeiro de 2018
Anteriormente, o Departamento de Estado já tinha divulgado nota em que dizia estar "acompanhando os relatos de protestos pacíficos por cidadãos iranianos em todo o país" e afirmar que os EUA "condenam veementemente a prisão de manifestantes pacíficos" e instam "todas as nações a apoiarem publicamente o povo iraniano e suas demandas por direitos básicos e o fim da corrupção".
"Este homem que simpatiza hoje com o nosso povo esqueceu que chamou a nação iraniana de terrorista há alguns meses. Esse homem que está contra a nação iraniana no seu núcleo não tem o direito de simpatizar com os iranianos", disse.
Oposição
Combater a política iraniana em curso é uma promessa de campanha de Donald Trump. Anteriormente, o republicano usou seu primeiro discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas para avaliar o governo do Irã, dizendo que "regimes opressivos não podem durar para sempre e chegará o dia em que o povo iraniano enfrentará uma escolha".
Enquanto isso, protestos anti-governamentais foram "respondidos" por manifestações pró-governo maciças no sábado. Reuniões em apoio ao governo foram realizadas em cerca de 1.200 cidades do Irã, incluindo a capital, Teerã e a segunda cidade mais populosa do país, Mashhad.