Por exemplo, Mads Raersboel, de 25 anos, vende diariamente suas fezes por cerca de 25 dólares por amostra (80 reais). Contudo, registrar-se como doador de fezes é muito difícil. De 700 voluntários do mundo ocidental, somente três foram selecionados, pois apenas um por cento dos ocidentais têm uma flora intestinal suficientemente saudável para ser transplantada.
Mads é um atleta de elite. Ele corre 30 quilômetros por dia e tenta comer o mais saudável possível porque o seu sonho é participar dos Jogos Olímpicos em Tóquio em 2020.
"Os meus pais sempre foram doadores de sangue e eu também queria. Mas os meus treinamentos não me permitem isso. Assim, eu doo as minhas fezes em vez disso", declarou ele ao diário sueco Swedish Expressen, explicando que ele entrega o produto em uma bolsa de segunda a sexta.
No hospital Aleris-Hamlet, as bactérias "boas" extraídas de fezes são usadas para produção de pílulas que devem ser tomadas com um copo de água. Alternativamente, a microflora intestinal pode ser restaurada por introdução de flora bacteriana por infusão de fezes via colonoscopia ou clister. O efeito positivo já é visível após dez dias a um mês. Atualmente, os experimentos estão sendo realizados em várias partes da Dinamarca.
"Estou certo de que isso ajuda. Ouvi contarem várias histórias e também encontrei um homem que esteve muito doente por anos, mas conseguiu se livrar completamente dos sintomas", concluiu Mads.
Mesmo que alguns dos seus amigos tenham rido dele no início, as chacotas começam a diminuir quando ele revela a importância do órgão de oito metros de comprimento que é o intestino.