Irã rejeita 'reparos' de Trump ao acordo nuclear e detona novas sanções dos EUA

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A usina nuclear Bushehr no Irã (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Novas sanções impostas por Estados Unidos visando negócios e funcionários iranianos estão em violação do direito internacional, e qualquer "reparo" para o acordo nuclear será rejeitada, disse o Ministério de Relações Exteriores do Irã neste sábado.

Em um comunicado divulgado pela agência estatal de notícias IRNA, o ministério afirmou que Teerã não aceitaria quaisquer alterações ao Plano Conjunto de Ação (JCPOA), "nem no presente nem no futuro", enfatizando que "não" tomar quaisquer medidas além dos compromissos que assumiu "nos termos do acordo.

Ao tornar um funcionário iraniano – o chefe do Judiciário Sadegh Amoli Larijani – um alvo das novas sanções, os EUA "cruzaram a linha vermelha da diplomacia internacional e estão contra os princípios básicos do direito internacional e uma violação dos compromissos bilaterais e internacionais" e provocariam uma "reação apropriada" do Irã, informou a pasta em seu comunicado.

O presidente Donald Trump anunciou na sexta-feira que ele iria, pela última vez, renunciar a sanções econômicas que foram levantadas no âmbito do acordo nuclear, enquanto advertiam os aliados europeus de Washington de que os EUA se retirariam do acordo se não corrigissem suas "falhas terríveis".

Trump pediu a remoção das chamadas "cláusulas de pôr-do-sol", que permitem que o Irã retome gradualmente as atividades nucleares na próxima década.

O ultimato de Trump também foi acompanhado de novas sanções contra o Irã por supostos abusos de direitos humanos e desenvolvimento de mísseis balísticos. Sob o novo regime de sanções, o Departamento do Tesouro terá como alvo 14 funcionários, empresários e empresas do Irã, China e Malásia, congelando os bens que possuem nos EUA.

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No sábado, o Ministério de Relações Exteriores da Rússia disse que considerava uma visão "bastante negativa" do anúncio da sexta-feira de Trump, advertindo que o compromisso de Washington com o acordo nuclear não deveria ser dado por certo e convidava a comunidade internacional a proteger o acordo.

O acordo nuclear de 2015 foi assinado pelos EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, China e Rússia, levantando sanções econômicas contra o Irã em troca de limitações em seu programa nuclear.

Trump já descreveu o acordo nuclear como "o pior negócio já negociado", mas a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) declarou repetidamente que todos os compromissos relacionados com a energia nuclear assumidos pelo Irã no âmbito da JCPOA foram implementados, enfatizando que Teerã está sujeito a o "regime de verificação nuclear mais robusto do mundo" e que até agora a AIEA "teve acesso a todos os locais que precisava visitar".

O acordo será reavaliado pela Trump em maio.

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