Analistas explicam como países podem obrigar Trump a se desculpar por comentário racista

© REUTERS / Carlos Barria/File PhotoU.S. President Donald Trump answers a question during a joint news conference with Norwegian Prime Minister Erna Solberg at the White House in Washington, U.S., January 10, 2018
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Os alegados comentários de Trump sobre os países africanos, El Salvador e o Haiti são apenas uma tela de fumaça para ocultar as falhas políticas do governo, avaliam analistas à Sputnik, sugerindo que os países do terceiro mundo têm poder o suficiente para responsabilizar a liderança americana pelas palavras do presidente.

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As recentes declarações polêmicas de Donald Trump, rotulando Haiti, El Salvador e nações africanas como "países de merda", é apenas uma maneira de desviar a opinião pública das falhas da política externa de Washington, disse à Sputnik o cientista política Rami al Khalifah al Ali, com sede em Paris.

"Donald Trump expressou pontos de vista racistas mais cedo, durante a campanha eleitoral e no primeiro ano de sua presidência", enfatizou al Khalifah al Ali. "Por outro lado, essas declarações extremistas encobrem as falhas do presidente e do governo dele. Esses escândalos desviam a atenção do público da política externa americana. No entanto, como resultado, eles terão um impacto negativo nas relações dos EUA com Países africanos em particular, e com o resto do mundo".

Al Ali sugeriu que o presidente dos EUA depende em grande parte dos americanos que apoiam sua posição de "ultra-direita".

Reação

Analista político especializado em assuntos estrangeiros, Aiman Samir chamou a atenção para o fato de que a reação dos países africanos à declaração relatada não foi suficientemente forte.

"Os estados africanos têm poder suficiente de exercer pressão sobre a comunidade internacional e sobre a liderança dos EUA", enfatizou Samir. "Donald Trump pode ser obrigado a pedir desculpas para que ele não faça mais estas declarações, o que não pode ser considerado apenas a sua posição pessoal. Elas são percebidas como declarações do gabinete presidencial que influenciam a política do país".

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De acordo com o analista político, os estados árabes africanos e muçulmanos têm agora todas as razões para demonstrar seu descontentamento com as "observações ofensivas" de Trump.

Samir sublinhou que a situação controversa levantou muitas questões: por que outras instituições do governo dos EUA não se desculparam pela observação de Trump? Por que os congressistas deixam este assunto sem a devida atenção? 

O analista político sugere que os países africanos têm muitas oportunidades para responsabilizar a liderança dos EUA. Se os EUA querem ser um líder global, seu presidente não deve fazer "declarações racistas", insiste Samir.

"Primeiro, [eles podem se concentrar em] os laços comerciais econômicos entre os Estados Unidos e a África", disse Samir. "Os países africanos podem manter o boicote temporário a bens americanos, por exemplo, por 3-6 meses. A liderança americana entenderá que cometeu um erro".

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Enquanto isso, o governo nigeriano convocou o embaixador dos EUA, Stuart Symington, para prestar explicações sobre a alegada declaração do presidente dos EUA. Uma declaração conjunta de países da União Africana também exigiu retratação pelo linguajar de Trump. O presidente, porém, foi ao Twitter negar que tenha usado a expressão "países de merda".

Nesse domingo, Trump reiterou que não insultou países do terceiro mundo e não se considerava racista.

"Eu não sou racista. Eu sou a pessoa menos racista que você já entrevistou, posso garantir", afirmou o presidente dos EUA em passagem pelo Clube Internacional de Golfe Trump em West Palm Beach, Flórida.

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