"Em geral, sua presidência mesmo agora já se pode caracterizar como bloqueada. Porque, é claro, toda esta história relacionada com a forma como Washington tratou Trump, as relações ele tem com a mídia, com o Congresso, com a sociedade, tudo isso leva a dizer que é um presidente de mãos atadas, bloqueado em suas ações. Isso é ruim para Trump, é ruim, de fato, para todo o instituto da presidência dos EUA… É um enfraquecimento significativo desta ferramenta política que é a presidência", afirmou o cientista político durante uma coletiva realizada na redação da Sputnik.
De acordo com o analista, nas condições de uma "presidência bloqueada" não dá para esperar quaisquer avanços nas relações russo-americanas.
"Não há avanços sem preparação. Por isso, mesmo caso haja algum encontro [entre os presidentes russo e estadunidense], não devemos esperar qualquer avanço nas relações russo-americanas. O avanço não foi preparado. Para preparar algo deste tipo são precisos alguns fatos, mas por enquanto não vejo fatos assim tão fortes que possam mudar pela raiz a relação entre a Rússia e os EUA", sublinhou.
O especialista chamou a atenção para o fato da agenda das relações bilaterais não ser construtiva.
"Mesmo havendo alguns momentos construtivos, eles ficam afundados em toda esta bagunça que preenche a atual agenda russo-estadunidense", adiantou.
A realidade consiste em que as relações entre Washington e Moscou se desenvolvem ao longo de duas espirais, observou Garbuzov.
Em opinião de Garbuzov, partindo destes fatos, é preciso criar algum mecanismo especial em relação a estas duas espirais que existem e continuarão existindo nos próximos anos.
"Não as eliminaremos, mas devemos nos adaptar a elas de alguma maneira, criando um mecanismo de coordenação da confrontação e das sanções", disse Garbuzov. Ademais, ele relembrou que, nos anos da Guerra Fria, entre os EUA e a URSS havia um mecanismo que regulava a confrontação e as sanções que resultava em "pelo menos alguns resultados positivos".