A viagem arriscada ao Polo Sul demorou à norueguesa corajosa 66 dias percorrendo geleiras com temperaturas atingindo 50 graus negativos.
Nas suas próprias palavras, Astrid Furholt, de 49 anos, oriunda da cidade de Vegusdal, foi motivada por um paciente que morria de câncer e lhe disse: "Astrid, você deve viver enquanto está viva."
Este apelo levou Furholt a ter o sonho de fazer algo que nenhuma mulher anteriormente tenha feito, ou seja, atingir o Polo Sul usando o mesmo percurso que Roald Amundsen usou em 1911.
"Conseguimos! Estamos no Polo Sul. Estou tão grata e tão extremamente fatigada. Eu quase não consigo ficar de pé. Parece que me esgotei completamente", disse Furholt, emocionada, em um vídeo que enviou à emissora nacional NRK.
O pesquisador polar Lars Ebbesen, que se ocupou da coordenação da expedição, revelou que a comida da equipe só lhes chegou no dia anterior, por isso eles chegaram ao campo completamente famintos.
Devido a condições climáticas extremas que provocaram atrasos, Furholt perdeu muitos dias "de espera" em uma tenda, por isso eles não conseguiram alcançar a própria costa, como Amundsen tinha feito. Entretanto, nenhuma outra mulher conseguiu alcançar o Polo Sul de esqui seguindo a façanha de Amundsen, sublinhou Ebbesen.
Outro fator de motivação foi o fato que uma possível perda do avião iria custar outros US$ 130.000 (quase R$ 420 mil) a Furholt. Ao longo dos últimos 12 dias, Furholt percorreu em média 24 quilômetros por dia com o fim de alcançar o Polo Sul a tempo.
Roald Amundsen, uma figura-chave na época da exploração da Antártida, se tornou o primeiro homem a chegar ao Polo Sul em 14 de dezembro de 1911, com a ajuda de esquis e cachorros de trenó.
Ao longo da expedição, Furholt encontrou uma lata de parafina usada pela equipe de Amundsen e a colocou dentro de um moledro no monte Betty, construído como ponto de orientação para os exploradores futuros.
Desde 1911, têm sido feitas inúmeras tentativas infrutíferas de atingir o Polo Sul. Por exemplo, a cientista polar e investigadora Monica Kristensen Solas tentou por 3 vezes sem sucesso. Sua primeira expedição com cachorros de trenó foi feita em 1986, enquanto a última foi marcada por um acidente trágico, pois um membro da equipe caiu em uma brecha e morreu em 1993.