Durante um evento de proselitismo em Cúcuta, uma cidade localizada na fronteira entre os dois países, Uribe pediu que as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) se levantem contra o governo venezuelano, que ele chamou de "ditadura socialista", em um vídeo que foi transmitido em suas redes.
"O Exército da Venezuela tem a palavra: ou permite que a ditadura socialista continue a ridicularizar a cidadania ou se rebela, coloca a ditadura socialista de lado e pede eleições e um governo democrático na Venezuela", afirmou, citado pela emissora RCN.
O ex-presidente colombiano, que está ativo na campanha que busca sua reeleição como senador, participou de um encontro com as comunidades na área da fronteira para acusar Maduro de causar uma "crise humanitária" que afeta Cúcuta e que está "se espalhando" pelo resto do território.
"Corremos o risco desse contágio", acrescentou, referindo-se à imigração venezuelana.
O senador também descreveu como "tragédia" o procedimento em que Óscar Pérez, piloto da Polícia Científica venezuelana que sequestrou um helicóptero há sete meses, do qual jogou granadas no prédio da Suprema Corte de Justiça e atirou contra civis no prédio do Ministério do Interior em Caracas.
Cortina de fumaça?
Não é a primeira vez que Uribe, que foi responsável pela quebra das relações com a Venezuela em 2010, faz afirmações deste calibre. No início da campanha em frente às eleições gerais deste ano na Colômbia, ele promete agitar a retórica dos aspirantes de direita contra o governo de Hugo Chávez, antecessor e mentor de Maduro, para obter acessos.
As declarações fortes de Uribe coincidiram com a captura pelo narcotráfico de Santiago Gallón Henao. De acordo com o senador Iván Cepeda, o criminoso formou um bloqueio paramilitar na década de 1990 na proximidade de uma fazenda pertencente à família do ex-mandatário.
"É necessário que, antes de ser extraditado, se conheça a verdade completa das conexões", disse o legislador, citado pelo jornal El Heraldo.
Há dias, o presidente venezuelano denunciou publicamente o senador como um dos que apoiavam ações desestabilizadoras na Venezuela, como as realizadas por Óscar Pérez em Caracas.
"Aí surgiram os terroristas Uribe e [Andrés] Pastrana. A oligarquia colombiana quer destruir esse país como está", disse o presidente, citado pelo jornal El Espectador.