"Sou mal entendido. Há uma tentativa brutal de tentar desmoralizar o presidente. Neste ano, vou me dedicar, entre outras reformas, à minha recuperação moral. O que fizeram comigo foi uma coisa desastrosa", afirmou Temer, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Focado em conseguir construir uma base de 308 votos para aprovar a Reforma da Previdência em fevereiro, Temer procurou demonstrar otimismo com o seu governo e destacou que não se deixará abater por aqueles que denunciam ilicitudes inexistentes na sua gestão.
"Não vou sair da Presidência com essa pecha de um sujeito que incorreu em falcatruas. Não vou deixar isso", pontuou.
Sem citar nomes como o do empresário Joesley Batista, dono da JBS, o emedebista ressaltou o que seriam vitórias do seu governo, que conseguiu barrar duas denúncias feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no ano passado.
"Aliás, podem registrar que os meus detratores estão na cadeia. Quem não está na cadeia está desmoralizado. Mas a todo momento qualquer coisa é o presidente da República. Você percebe? […] Quem cometeu ilícitos está preso, simplesmente isso", continuou.
Quanto à mais recente investigação que tem contra si, envolvendo um suposto favorecimento de uma empresa no Porto de Santos, Temer explicou que não tratou do tema ou das 50 perguntas enviadas a ele pela corporação com o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segóvia, nesta semana.
"Eu discuti sobre segurança pública. O que me surpreende é que o presidente não pode falar com o diretor-geral da Polícia Federal. Como se fosse criminoso. Eu já estava com as perguntas respondidas. São tão desarrazoadas, singelas, simplórias que não tinha nenhuma preocupação", disse, sem explicar porém o motivo do encontro não constar na sua agenda oficial.
Temer ainda falou na mesma entrevista sobre os afastamentos de vice-presidentes da Caixa Econômica Federal para que “possam se defender”, não descartou que eles retornem ao cargo e descartou que possa vir a barrar indicações políticas para cargos do gênero.