Mídia: Hillary Clinton se recusou a demitir assessor de campanha acusado de assédio sexual

© AP Photo / Pablo Martinez MonsivaisFormer Secretary of State Hillary Rodham Clinton speaks in Washington. (File)
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Mesmo alardeando um histórico de defesa pelos direitos das mulheres e o empoderamento feminino, Hillary Clinton manteve um assessor da campanha presidencial de 2008 mesmo após relatos de que ele teria assediado sexualmente uma mulher em dezenas de ocasiões.

Hillary ainda se recusou a aceitar o conselho da coordenadora da campanha, Patti Solis Doyle, para demitir o acusado.Ela preferiu que o assessor fizesse sessões de terapia e bloqueou o salário dele por várias semanas.

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O relato da história, divulgado com exclusividade pelo jornal The New York Times, foi apurado com base em entrevistas com oito ex-funcionários da campanha de Clinton em 2008;

A mulher assediada, que na época tinha 30 anos, reclamou que o assessor "esfregou os ombros dela de forma inadequada, beijou-a na testa e lhe enviou uma série de e-mails sugestivos, um deles durante a noite", disse o relatório do Times. Quando Doyle, a coordenadora da campanha, soube sobre as indiscrições, ela se aproximou de Hillary e recomendou demitir o funcionário, que era casado.

"Clinton disse que não queria [demitir o assessor] e, por isso, ele permaneceu na equipe", menciona a reportagem.

Histórico controverso

Hillary esteve no centro de uma polêmica pela notória amizade com o predador sexual Harvey Weinstein. O produtor foi acusado de estuprar dezenas de atrizes de Hollywood e foi exposto em um artigo da revista New Yorker. Embora Weisten  tenha sido ativo colaborador dos Democratas e um dos principais engajados na arrecadação de fundos para a campanha de Hillary Clinton, ela divulgou um comunicado à época das denúncias dizendo que ficou "chocada e consternada pelas revelações".

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Menos de um mês depois, em dezembro de 2017, a estrela da série da HBO Girls, Lena Dunham, relatou que tentou alertar a campanha de Hillary sobre as atitudes de Harvey Weisten por pelo menos um ano.

"Eu só queria te avisar que Harvey é um estuprador, e isso vai estourar em algum momento", disse Dunham a um alto  funcionário da campanha. "Acredito ser uma péssima ideia tê-lo como anfitrião de eventos para arrecadação de fundos. Todo mundo em Hollywood sabe que ele tem um problema com agressão sexual", ela escreveu à época.

O assessor de imprensa de Clinton rejeitou Dunham em um comunicado, dizendo: "Ficamos chocados quando soubemos o que ele havia feito. Seu comportamento desprezível e as mulheres que apresentaram uma enorme coragem. Quanto às alegações quanto ao aviso, isso é algo que as pessoas da equipe não teriam esquecido. Somente Dunham pode responder porque ela contaria algo assim para a equipe de campanha e não para as pessoas que efetivamente poderiam pará-lo".

Após a revelação da história violenta de Weinstein, a Fundação Clinton afirmou que não tinha "planos para devolver" os centenas de milhares de dólares que Weinstein havia doado.

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