'Trauma' grave: como tanques alemães perderam seu prestígio após experiência na Síria

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Desde a época da Segunda Guerra Mundial, os tanques alemães mantiveram uma reputação impecável. Assim acreditava a Turquia, que recorreu a seus Leopard 2A4 contra os terroristas na Síria, mas o resultado acabou sendo "traumático": os blindados alemães sofreram grandes danos perante armamentos que nem sempre eram de ponta.

Tanques de combate de Abrams da 4ª Divisão de Infantaria do Exército dos EUA, a 3ª Brigada de Combate da Equipa, do 68º Armamento do Regimento e do 1º Batalhão de vagões chegam à estação ferroviária de Gaiziunai a cerca de 110 km a oeste da capital Vilnius, Lituânia. - Sputnik Brasil
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Os tanques Leopard 2 alemães disputam com projetos comprovados como o M1 Abrams dos EUA e o Challenger 2 britânico o título do melhor do mundo, mas seu desempenho na Síria deu um forte golpe na imagem de um blindado quase indestrutível, escreve Sebastien Roblin em seu artigo para The National Interest.

Com sensores potentes e uma blindagem espessa, os Leopard 2 são representam toda uma força no campo de batalha.

Porém, de fato, não têm visto combate suficiente até o momento.

No início dos anos 2000, Berlim vendeu 354 tanques descomissionados Leopard 2A4 a Ancara, escreve o jornalista.

Em 2016, estes blindados entraram em combate na fronteira com a Síria no âmbito da Operação Escudo do Eufrates contra o grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia e em outros países).

Nos combates perto da cidade de Al-Bab, o Exército turco perdeu ao menos dez blindados, destroçados pelos explosivos caseiros e mísseis antitanque, o que os militares da Turquia qualificaram de "um trauma" em conversações com seus colegas alemães.

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A principal razão dessas perdas é, de fato, o uso descuidado dos veículos perante uma guerra de guerrilha, afirma Roblin.

Sem serem acompanhados pela infantaria e sem um perímetro de defesa adequado, os tanques turcos acabaram sendo um alvo fácil para as emboscadas.

Ao ver a ineficácia de seu equipamento bélico em missões de contrainsurgência, Ancara pediu a Berlim para que modernizasse seus blindados com sistemas de defesa mais modernos e convenientes para missões deste tipo, semelhantes às modificações mais recentes do Leopard, o 2A6 e 2A7.

No entanto, o caso foi complicado pela seletividade de Berlim na hora de vender equipamentos e as tensões políticas entre os dois países, sublinha o autor.

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A detenção do jornalista de dupla nacionalidade turco-alemã, Deniz Yucel, enfureceu Berlim, enquanto a ofensiva turca contra os curdos na Síria basicamente acabou com as chances para melhorias, ao menos em curto prazo.

Desta forma, a Turquia ficará com seus Leopard 2 atuais, pouco protegidos contra os mísseis antitanque, tanto dos terroristas como das milícias curdas, "até que chegue um momento mais oportuno politicamente" para retomar a negociação do acordo, concluiu o autor.

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