Segundo o pesquisador do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Pedro Herculano Guimarães, um dos autores do estudo publicado pela ONU, a situação não é nova.
"A gente sempre foi muito desigual. Sempre flutuamos mais ou menos em torno desse patamar", explicou o interlocutor da Sputnik.
"Estamos bem longe do padrão dos países que conhecemos. É uma característica da América do Sul", acrescentou o especialista.
Segundo ele, a composição do Top 5 fala por si: conta com três países sul-americanos e um africano.
"A surpresa são os EUA", que segundo Guimarães não lideravam esta lista antigamente, mas que estão se tornando cada vez mais desiguais.
De todo modo, a distribuição de renda é um problema sistêmico no Brasil e não poderá ser resolvido em breve e com uma abordagem única.
"Difícil pensar em uma política única para mudar. Deveria ser feito em diversas frentes, de modo a que não se anulem. Não adianta aumentar a taxação sobre os mais ricos, dando contrapartida em outros setores, por exemplo", adverte o estudioso.
Pedro Herculano Guimarães, no entanto, apontou um dos caminhos que, segundo ele, seria mais efetivo a curto e médio prazo, para resolver a atual situação.
"A curto prazo, é preciso mudar a composição da carga tributária do país. Aumentar a arrecadação sobre renda e cortar os impostos sobre serviços", explicou.
"Isso não vai resolver os problemas, mas teria um impacto a curto prazo", concluiu o especialista.