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Especialista aponta caminhos para acabar com desigualdade no Brasil

© AP Photo / Nicolas TannerIrajá (nesta foto de 26 de junho de 2013) é uma favela no Rio de Janeiro, bonita e perigosa ao mesmo tempo
Irajá (nesta foto de 26 de junho de 2013) é uma favela no Rio de Janeiro, bonita e perigosa ao mesmo tempo - Sputnik Brasil
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Um estudo, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), revelou que o Brasil está entre as 5 nações em que a parcela mais rica da população recebe mais de 15% de toda a renda nacional. Além disso, 1% mais rico do país concentra entre 22% e 23% da renda, bem acima da média em todo o mundo.

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O estudo considerou 29 países, entre desenvolvidos e em desenvolvimento. Além do Brasil, o Top 5 da desigualdade de renda é formado por África do Sul, Argentina, Colômbia e Estados Unidos. 

Segundo o pesquisador do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Pedro Herculano Guimarães, um dos autores do estudo publicado pela ONU, a situação não é nova. 

"A gente sempre foi muito desigual. Sempre flutuamos mais ou menos em torno desse patamar", explicou o interlocutor da Sputnik.

"Estamos bem longe do padrão dos países que conhecemos. É uma característica da América do Sul", acrescentou o especialista.

Segundo ele, a composição do Top 5 fala por si: conta com três países sul-americanos e um africano.

"A surpresa são os EUA", que segundo Guimarães não lideravam esta lista antigamente, mas que estão se tornando cada vez mais desiguais.

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Para o especialista, o resultado do estudo não foi uma surpresa. O Brasil fica no topo da lista, pois é comparado com países desenvolvidos, enquanto muitos países em desenvolvimento não fazem parte da pesquisa. Se fizessem, os resultados brasileiros não seriam tão dispares.

De todo modo, a distribuição de renda é um problema sistêmico no Brasil e não poderá ser resolvido em breve e com uma abordagem única.

"Difícil pensar em uma política única para mudar. Deveria ser feito em diversas frentes, de modo a que não se anulem. Não adianta aumentar a taxação sobre os mais ricos, dando contrapartida em outros setores, por exemplo", adverte o estudioso.

Pedro Herculano Guimarães, no entanto, apontou um dos caminhos que, segundo ele, seria mais efetivo a curto e médio prazo, para resolver a atual situação. 

"A curto prazo, é preciso mudar a composição da carga tributária do país. Aumentar a arrecadação sobre renda e cortar os impostos sobre serviços", explicou. 

"Isso não vai resolver os problemas, mas teria um impacto a curto prazo", concluiu o especialista.

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