"Eu acabei de assinar a lei que exige que o secretário [da Defesa, James] Mattis reveja a nossa política em relação a detenções militares e deixe aberta a nossa prisão em Guantánamo", disse Trump.
"No ano passado, liberamos centenas de terroristas perigosos apenas para encontrá-los novamente no campo de combate, inclusive o líder do Daesh [organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países], Abu Bakr al-Baghdadi", relembrou o presidente dos EUA.
Deste modo, o político derrubou a iniciativa de Barack Obama, criada com a finalidade de fechar a prisão para os terroristas internacionais, aberta em Cuba no ano de 2002, em uma base militar estadunidense. Seu fechamento foi uma das promessas do ex-presidente democrata durante a sua campanha eleitoral em 2008.
Trump, por sua vez, tem afirmado que não apoia a ideia de fechar a prisão antes de ganhar as eleições, pois acredita que a transferência de prisioneiros apresenta uma ameaça à segurança nacional dos EUA.
Mais cedo, as organizações ativistas e várias mídias têm comunicado sobre as torturas aplicadas aos prisioneiros da respectiva prisão. No momento, 41 pessoas estão detidas neste presídio.
O analista do Instituto Russo de Estudos Estratégicos, Ilia Kravchenko, falou com o serviço russo da Rádio Sputnik, afirmando que a decisão americana de manter a prisão em Guantánamo encaixa em uma lógica comum do seu conceito de segurança no país.
De acordo com o analista, a decisão de Donald Trump pode significar que no território de Guantánamo as forças de segurança terão muito mais liberdade de ação que no território dos EUA.
"Os americanos tentam se afastar o máximo possível deste problema que pode surgir no campo jurídico. Pois, caso haja torturas [de prisioneiros], por exemplo, no território dos próprios EUA, será um nível completamente novo de 'barulho de informação', e Trump não o quer. Caso isto aconteça fora do território estadunidense, até mesmo em uma base americana, então a questão é completamente diferente'", resumiu.