"Não estamos à procura de simetria absoluta a todo custo, nem agiremos em prejuízo próprio. Responderemos quando nosso presidente e nosso governo, ao avaliar todos os fatores, considerem que é hora de fazê-lo, se chegarem a essa conclusão", explicou Ryabkov em entrevista ao jornal Izvestia.
O diplomata sênior enfatizou que as respostas russas às restrições dos EUA incluíram tanto a expansão das listas de sanções quanto diversas medidas específicas, por exemplo, o corte de pessoal das missões diplomáticas dos EUA na Rússia.
Além disso, Moscou suspendeu a validade de três acordos nucleares em retaliação pela política hostil da administração anterior dos Estados Unidos, disse Ryabkov.
"Nós já iniciamos uma série de meios e mecanismos para uma resposta material, não retórica, para essas etapas, e ainda temos medidas semelhantes em nosso arsenal, embora sua possível aplicação seja materializada através de uma decisão política especial que seria levada em consideração o conjunto de circunstâncias", afirmou ele.
O Departamento do Tesouro dos EUA divulgou a chamada "Lista do Kremlin" na noite de 29 para 30 de janeiro. Trata-se de um documento escrito para o Congresso que inclui os nomes de 114 representantes da liderança política russa e 96 empresários, que poderiam estar sujeitos às sanções dos EUA no futuro.
O documento foi preparado de acordo com a lei de Caatsa (lei para combater os adversários dos EUA através de sanções), que o presidente Donald Trump assinou no início de agosto e que prevê amplas sanções contra o Irã, Rússia e Coreia do Norte.
A lista inclui posições-chave do governo, do Parlamento e do gabinete presidencial russo, bem como empresários cuja fortuna exceda US$ 1 bilhão.
O documento também contém um anexo classificado que pode incluir indivíduos não mencionados no relatório principal, de acordo com o Departamento do Tesouro. Estas são taxas mais baixas do que as listadas, bem como fortunas corporativas abaixo de US$ 1 bilhão.
A publicação desse relatório não significa a aplicação automática de novas sanções. Além disso, vários membros da lista já estão sujeitos a restrições nos EUA.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chamou a publicação do relatório de um movimento hostil que poderia prejudicar o relacionamento entre Moscou e Washington, mas disse que a Rússia se absteria de retaliar e observaria como a situação se desenvolve.