Os restos humanos, enterrados em montanhas na cidade de Mapoon, Austrália, podem ter até 6 mil anos, sendo eles mais antigos do que as pirâmides egípcias, de acordo com arqueólogos.
Enquanto o povo indígena Tjungundji há muito tempo acreditava que os montes continham restos de seus antepassados, outros sugeriram se tratar de formações naturais.
"As origens, idade e funções desses montes foram debatidas por pesquisadores há décadas e a idade desses elementos é incerta", comentou à RT o arqueólogo Mary Jean Sutton.
"Nossa pesquisa indica, nesta área do norte da Austrália, que as sociedades antigas tinham práticas culturais e fúnebres mais complexas do que as reconhecidas anteriormente, que continuaram durante a era da missão."
A investigação inicial do radar de penetração no solo (GPR, na sigla em inglês) em 11 montes detectou muitos restos humanos enterrados. Mais de 250 montes de terra foram mapeados ao longo dos 60 km da costa em Mapoon.
A tecnologia utilizada contava com uma combinação de GPR e magnetometria, reconhecida pelos anciãos aborígenes como culturalmente aceitável, pois não danifica a área. "Nós valorizamos essa tecnologia não invasiva, porque é culturalmente apropriada e não perturba os lugares de descanso de nossos antepassados. Isso ajuda a manter nossa lei cultural e ajuda a proteger e gerenciar nosso patrimônio cultural", disse Aunty Diane Nicholls.
A confirmação de que os montes são covas aborígenes surgiu devido ao aumento da mineração na área. Apesar das promessas da mineradora de trabalhar com a comunidade para reconhecer os locais do patrimônio cultural, os moradores locais estão pedindo melhores condições de proteção para os lugares fúnebres.
"Saber que estes montes estão aqui agora — e que estiveram aqui por muitos anos — mas agora, devido à mineração, deve haver alguma proteção e uma lei para protegê-los", disse Aunty Diane à ABC News.
Os arqueólogos agora mapearão os montes na área para determinar se eles são de origem natural ou cultural.