Lixo espacial: por que Pentágono está desistindo do sistema GPS?

© AFP 2023 / STAFF Sede do Pentágono em Washington, EUA
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Os Ministérios da Defesa dos EUA e de Israel anunciaram um concurso para a criação de novos sistemas de posicionamento. A matéria a seguir explica por que o exército norte-americano está buscando alternativas para o GPS.

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O Pentágono adotou o sistema de posicionamento global (Global Positioning System, GPS, em inglês) em 1993. O sistema foi desenhado para determinar as coordenadas de navios, aviões, unidades terrestres, mas passou a ser utilizado também nas armas. O GPS foi incorporado nos mísseis de cruzeiro Tomahawk, bombas e projéteis inteligentes M982 Excalibur, aumentando de modo significativo a precisão dos armamentos.

No entanto, este sistema de posicionamento por satélite funciona apenas em condições ideais e não pode resistir a meios de guerra eletrônica.

O ponto fraco do GPS é a baixa intensidade do sinal de satélite, que pode ser bloqueado facilmente por meios terrestres, inclusive muito pequenos. Em particular, em 2017, o consórcio russo Kalashnikov apresentou o rifle antidrones REX-1, que tem precisamente essa capacidade.

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O dispositivo de apenas 4,2 quilos é capaz de suprimir facilmente os sinais dos sistemas de posicionamento por satélite. As tecnologias utilizadas no dispositivo permitem bloquear os sinais de tais sistemas em um raio de até cinco quilômetros, fazendo do REX-1 o melhor aparelho desta classe no mundo, segundo representantes do consórcio.

Há vários anos que o Pentágono tem tentado aumentar a fiabilidade do GPS. Nomeadamente, em 2013, a Força Aérea dos EUA testou novas antenas de GPS resistentes a interferências. O experimento mostrou que tais antenas podem aumentar a segurança do sinal, mas os especialistas duvidam da eficiência desta medida.

"Não há nenhuns meios para proteger os sinais de satélite de interferências e duvido que apareçam um dia. Se compararmos o nível do sinal de GPS com o som de um mosquito, então a força do sinal de um moderno complexo de guerra eletrônica será o ronco de um avião a decolar", afirmou um representante da empresa construtora de complexos não militares bloqueadores de sinais GSM e GPS.

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Além de bloqueadores, existem meios mais sofisticados para influenciar os sistemas de navegação por satélite, por exemplo, o spoofing, ataque que consiste em falsificar sinais de satélites. Usando esta tecnologia é possível deturpar os dados sobre a localização do aparelho GPS.

Hoje em dia, segundo especialistas, há cerca de 12 métodos de spoofing, e seu número continua crescendo.

Assim, em 2011, o Pentágono já sofreu danos por causa do spoofing, quando as forças iranianas teriam interceptado seu drone avançado RQ-170.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos está cada vez mais preocupado com a vulnerabilidade de seu sistema GPS, sendo sua proteção dos meios de guerra eletrônica uma das prioridades do departamento militar. Em 2018, o Pentágono planeja testar os primeiros sistemas de posicionamento sem utilização de satélites.

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