A temática da azul e branco levou para a Sapucaí um cruzamento entre o romance "Frankenstein" e as mazelas brasileiras e a corrupção que nunca estiveram tanto sob os holofotes no noticiário do país, seja com a violência que se expande diariamente, seja pelas denúncias de uma operação como a Lava Jato.
FOTOS: Veja as melhores imagens de como foi o Carnaval de 2018 no Rio
Em uma das alas, a Beija-Flor relembrou a "Farra dos Guardanapos", como ficou conhecido o episódio do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (MDB) – hoje preso – e vários dos seus assessores, em um restaurante de luxo de Paris, na França.
A escola ainda encampou críticas à intolerância que atinge o Brasil, seja de cunho racial ou sexual. A originalidade teatral e das alegorias – um dos carros reproduziu o famoso prédio da Petrobras, o qual se abria e expunha verdadeiras "feridas sociais" ao longo da avenida – fez a diferença para os jurados.
Malas de dinheiro, crianças abandonadas, um policial morto em meio à guerra urbana e um rato gigante, referindo-se aos políticos brasileiros, cativaram o público do início ao fim do desfile, o último da edição 2018 do Carnaval do Rio.
Ao longo da apuração, a Beija-Flor chegou a se distanciar da liderança em alguns momentos, mas outras favoritas como Portela, Mocidade e Salgueiro também oscilaram na reta final da apuração. Com uma trinca de notas 10 em samba-enredo, a escola de Nilópolis faturou o título.
Outra escola a criticar a situação do país (especialmente os políticos e a Reforma Trabalhista), a Paraíso do Tuiuti ficou com o vice-campeonato do Carnaval 2018. As duas escolas voltarão à Sapucaí no próximo sábado, ao lado de Salgueiro, Portela, Mangueira e Mocidade Independente de Padre Miguel para o Desfile das Campeãs.
Já Grande Rio e Império Serrano acabaram rebaixadas ao Grupo de Acesso.
Com o título deste ano, a Beija-Flor agora soma 14 conquistas no Grupo Especial, perdendo apenas na história do Carnaval do Rio para Portela e Mangueira no total de troféus.