Ao avaliar as ameaças à segurança nacional, Grybauskaite lembrou que em 2017 a Rússia realizou perto das fronteiras lituanas os exercícios Zapad 2017, qualificando-os como "manobras de ofensiva agressivas".
"Os exercícios demonstraram a prontidão da Rússia para concentrar seu potencial militar na nossa fronteira, não apenas na lituana, mas também de todos os países do Báltico", disse a líder lituana.
De acordo com ela, a Lituânia já está sendo "objeto de uma espécie de ataque direto", referindo-se a ciberataques supostamente efetuados pela Rússia e a sua influência na área de informação.
"Apenas no ano, passado a Lituânia sofreu 50 mil ciberataques […] Desse ponto de vista, já estamos sentindo uma séria confrontação entre a frente leste da OTAN e a Rússia", disse.
Devido à instalação dos Iskanders, a presidente propõe uma reforma ainda mais profunda da Aliança Atlântica, em particular, é necessário assegurar uma maior concentração das forças da OTAN na região do Báltico.
"Apesar de as ameaças militares no futuro mais próximo serem menos prováveis, dado o caráter imprevisível deste país [Rússia], é melhor estarmos prontos para tudo", ressaltou Grybauskaite.
No início de fevereiro, Moscou confirmou a instalação de sistemas Iskander na região de Kaliningrado (enclave russo entre a Polônia e a Lituânia). Posteriormente, em 14 de fevereiro, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, pediu à Rússia mais transparência sobre os locais de posicionamento dos sistemas.
Comentando a instalação desses sistemas, o Pentágono afirmou que a Rússia não violou os acordos bilaterais, porém, o surgimento dos Iskanders em Kaliningrado pode ter um caráter desestabilizador devido às capacidades dos sistemas e sua proximidade aos membros da OTAN.