Mesmo assim, Dr. Amalendu Misra, professor sênior de política e filosofia da Universidade de Lancaster (Reino Unido), afirma que a natureza da guerra no Afeganistão e o papel de Washington mudaram de modo considerável.
As forças da coalizão passaram a travar guerra à distância, utilizando outro equipamento e evitando combates terrestres, pois "têm medo de ir ao terreno".
"Luta de drones, bombardeamentos aéreos e assim por diante, porque após 17 anos de operações militares se deram conta de que não se pode vencer a guerra no terreno", afirmou, acrescentando que a mudança da estratégia levou ao crescimento de vítimas.
"O fato é que a guerra em questão deveria conquistar corações e mentes das pessoas, estamos falando da Operação Liberdade Duradoura que virou uma operação de sofrimento duradouro, para ambas as partes desta equação. Não se trata de uma guerra 'vencível', e sim de uma guerra 'invencível'", disse à Sputnik Internacional.
Analisando a situação no país, avança, é preciso levar em consideração que o conflito é assimétrico, que favorece as forças da coalizão internacional, especialmente as norte-americanas, "então podem bombardear à distância". O problema é que isso não impede talibãs de realizar ataques a lugares de alto valor, como hospitais e escolas.
Misra duvida que as ações militares sejam beneficentes no longo prazo como não foram no passado, que prova que não se pode continuar com a opção militar na região.
Os Estados Unidos, indica Misra, já gastaram 8 bilhões de dólares neste país, a questão é se os contribuintes estadunidense estão dispostos a gastar o mesmo valor durante os próximos 10-15 anos.
"Havia uma espécie de moderação de atitude por parte dos talibãs, mas a administração de Trump tomou uma posição dura e isso minou qualquer perspectiva de paz ou reconciliação", sublinhou.
Resumindo, especialista acredita que por enquanto nem por parte dos EUA nem por parte do governo afegão não há uma estratégia clara que possa ajudar a combater talibãs.