Durante um programa televisivo em Beirute na última sexta-feira, Nasrallah disse que o Hezbollah poderia "desativar [as instalações de petróleo offshore de Israel] dentro de horas".
"Se você nos impedir, nós o impedimos. Se você abrir fogo contra nós, abriremos fogo ", acrescentou, durante uma cerimônia comemorativa da morte de Imad Mughniyeh, ex-comandante militar do partido que foi assassinado em Damasco, em 2008.
"Na batalha por petróleo e gás, o único poder que você, o povo libanês, tem é a resistência, porque o Exército libanês não tem permissão para possuir mísseis", disse Nasrallah, como citou o site Al Masdar News.
Nasrallah também aproveitou a oportunidade para condenar a interferência dos EUA na diplomacia da região. "Os americanos não são mediadores honestos, especialmente quando a outra parte é a entidade israelense", concluiu.
Esta não é a primeira vez que o grupo militante libanês ameaçou atacar as instalações de petróleo e gás de Israel na bacia do Levant. O Líbano emitiu uma proposta de exploração de petróleo e gás offshore no final de janeiro, ao longo da fronteira marítima do país com Israel, aumentando instantaneamente as tensões na região e provocando uma retórica cada vez mais antagonista de ambos os lados.
O ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman, descreveu o movimento como "muito provocador" e disse que uma proposta tão ilegítima quanto era para um campo de gás "é por conta nossa", como citado pelo jornal The Times of Israel. O primeiro-ministro libanês Saad Hariri voltou a chamar a afirmação de Lieberman para "uma flagrante provocação que o Líbano rejeita".
O Hezbollah também divulgou folhetos recentemente no Líbano que diziam: "Quem prejudica os locais de gás e petróleo nas águas econômicas libanesas, seus próprios locais serão prejudicados, e eles sabem que o Líbano é totalmente capaz de fazê-lo", informou o site Ynet News.
Autoridades libanesas já anunciaram planos para iniciar a perfuração exploratória em 2019. Israel já está produzindo gás no campo Tamar e espera aumentar a produção do campo Leviathan no próximo ano. A título de contexto, a área específica contestada pelos dois países, apelidada de Bloco 9, se estende por uma área de aproximadamente 854 quilômetros quadrados.