Luta antiterrorista: o outro lado da ação dos serviços secretos russos

CC BY-SA 3.0 / SpetsnazAlpha / Unidade de elite antiterrorista Alfa do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB)
Unidade de elite antiterrorista Alfa do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) - Sputnik Brasil
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Em meio à ameaça terrorista, os serviços secretos de todos os países fazem o possível por responder às ações mais inesperadas dos terroristas e o Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia não é exceção.

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Aleksei Kovalev, coronel do FSB na reserva, contou à Sputnik como a tática das forças especiais russas mudou e revelou alguns segredos do seu trabalho.

Durante o último ano, na Rússia foram prevenidos mais de 60 ataques terroristas, declarou o presidente russo Vladimir Putin nos finais de dezembro, confirmando as palavras ditas meio ano antes pelo vice-chefe do Comitê Nacional Antiterrorista, Aleksei Kovalev que sublinhou que o número de ataques terroristas no país baixou dez vezes.

"Nos últimos anos, o FSB começou a trabalhar muito melhor na prevenção da atividade terrorista", disse na entrevista à Sputnik o ex-chefe do departamento antiterrorista do FSB, Aleksandr Gusak.

Segundo ele, tal resultado foi alcançado graças a uma rede de agentes herdada ainda do Comitê de Segurança do Estado (KGB), que é o orgulho dos serviços secretos russos. Os agentes se infiltram nos grupos ilegais e "graças a isso, dezenas de ataques terroristas em Moscou foram prevenidos ainda durante a preparação", explicou o coronel.

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O número de ataques terroristas na Rússia diminuiu significativamente em comparação com os anos 90 ou início do século XXI, quando eles levaram à morte de centenas de pessoas. Na sua opinião, tal tendência pode ser explicada pela situação na Chechênia na época. "A maioria esmagadora dos organizadores e executores das explosões professavam formas radicais do Islã e eram oriundos da Chechênia", comentou Gusak.

Além disso, a chegada ao poder de Ramzan Kadyrov, que reprime quaisquer manifestações de separatismo, também deu os seus frutos, opina Gusak.

O papel especial atribuído aos agentes infiltrados é uma tática bastante nova. Nos anos 90 o objetivo declarado era destruir os terroristas fisicamente, explica Gusak, mas "por mais cabeças do dragão que se cortem, vão crescer novas".

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O militar lembra que, durante os terríveis ataques terroristas em Volgogrado em 2013, eu levantei a questão por que ninguém estava infiltrado na organização que organizou estes atos – as chamadas Viúvas Negras. "Hoje em dia, que eu saiba, uma grande rede de agentes trabalha com eles e isso dá frutos. Começaram a trabalhar de tal modo que os terroristas se recusam a cometer o crime ainda no início, nas etapas iniciais…Uma pessoa infiltrada trabalha não só um dia ou uma semana, ela durante meses leva a cabo a sua política, que desorganiza e neutraliza o grupo potencialmente perigoso."

Gusak notou que alguns agentes do FSB se convertem ao Islã, monitorizam os grupos que podem ser perigosos, trabalhando lado a lado com os representantes religiosos oficiais.

Aleksandr Gusak também nota que há um notável progresso técnico que facilita o trabalho dos serviços secretos, que conseguiram criar uma ampla base de suspeitos. Contudo, nenhum progresso técnico pode ser comparado com a coragem humana, disse.

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