Os artigos comparativos são muito populares entre os amadores da aeronáutica e temas militares, mas talvez seja pela primeira vez que o Su-57 russo é comparado com a última versão do Gripen, o Gripen E, da empresa SAAB.
"A meu ver, [o Su-57] é o melhor caça em produção hoje em dia e, provavelmente, tomando em conta a qualidade, é o segundo depois do F-22 em geral", comentou ao Aftonbladet o especialista do Instituto Sueco de Defesa (FOI na sigla em sueco) Anders Blom.
Segundo a edição, o Su-57 está ganhando a fama do caça mais tecnologicamente avançado que existe.
Blom adicionou que o Su-57 é um caça da quinta geração desenhado para reduzir a sua visibilidade perante os radares. Talvez neste âmbito não seja tão bom como o F-22, mas de "todos os modos é fantástico". Mas nos outros aspetos não cede nada ao Raptor, opina ele.
Além da visibilidade reduzida, o caça russo se destaca pelos mísseis interceptores K-77M, cujo alcance supera o do seu análogo norte-americano, o AIM-120D.
O foco russo na supermanobrabilidade dos seus caças por meio do uso de motores vectoriais lhes oferece uma vantagem "provavelmente insuperável" em combate aéreo próximo, sublinha o diário.
Mas o avião sueco também tem com que competir. Por exemplo, o míssil-interceptor Meteor tem alcance de 100 quilômetros e está equipado com um potente motor supersônico (scramjet em inglês) e um sofisticado sistema de guiamento.
O Gripen E terá também um moderno radar AESA e um sistema de detecção ótica IRST, mas "não está claro se será suficiente para detectar um Su-57".
É difícil falar sobre dois aviões que há pouco saíram de seus gabinetes de projetos e ainda é mais difícil compará-los, admite Aftonbladet.
É muito provável que o Su-57 "stealth" seja muito melhor que o Gripen E, reconhece a mídia, mas isso pode ser compensado se o custo dos avançados aviões russos não permita à Rússia comprá-los em grandes quantidades uma vez que sejam finalizados os testes.
Para concluir, a mídia sueca decidiu mesmo comparar os Gripen E com os pilares da Força Aérea russa — os Su-30SM, Su-35S e Su-34, e prevê "um resultado muito diferente" em uma competição hipotética com estas aeronaves, algo que até os especialistas norte-americanas não costumam presumir.
A edição justifica a publicação deste tipo de artigo com o suposto "agravamento da luta pelo domínio sobre o mar Báltico". Assim, indiretamente faz parte das tentativas de fomentar uma atmosfera tensa em Estocolmo na hora de analisar as relações com a Rússia.
Na Suécia, que não é membro da OTAN, nota-se um auge dos sentimentos antirrussos, acompanhados por uma aproximação à Aliança.
Os altos funcionários russos lamentam a hostilidade de Estocolmo em relação a Moscou e a intenção de "arrastar" o país escandinavo para a OTAN.