De acordo com projeto de orçamento que recentemente virou público, os gastos da China aumentarão em 8,1%, para 175 bilhões de dólares (R$ 630 bilhões).
Como Yuri Tavrovsky explicou para a Sputnik, este passo de Pequim é uma reação à situação que está sendo criada em torno da China na região Ásia-Pacífico.
"O aumento dos gastos militares é uma reação bem realista ao que está acontecendo em torno da China nesta região", destacou.
Para Tavrovsky, os norte-americanos mantêm uma situação de alta tensão na península coreana e também tentam criar o assim chamado "quadrado" de quatro países — EUA, Japão, Austrália e Índia para conter a China na região, por onde são transportadas 90% das exportações e importações chinesas.
"Tudo isso, claro, leva a China a agir. A famosa sabedoria diz que "se quer paz, prepare-se para a guerra". Acredito que aqui não tem nada de extraordinário. O aumento [do orçamento militar] não é assim tão grande. Ao mesmo tempo, isso deverá conter os concorrentes da China", explicou o professor.
Para o professor, um possível conflito na região pode começar não na península da Coreia, mas no estreio de Taiwan, e tal possibilidade preocupa os chineses.
Os dados do orçamento de 2018 foram divulgados nesta segunda-feira, antes da abertura da sessão do 13º Congresso Nacional do Povo, no qual deverá ser discutido o valor, que corresponde, aproximadamente, a 175 bilhões de dólares (R$ 630 bilhões).