O número de italianos que se voltam à atividade exorcista está crescendo muito. De 16 a 21 de abril em Roma, o instituto papal Ateneo Pontifício Regina Apostolorum abriu um curso internacional sobre exorcismo e orações pela libertação, em que participarão especialistas de todo o mundo.
O ritual de exorcismo é um culto interno da Igreja Católica, introduzido do mesmo modo como os de batismo, de casamento ou missa, sendo consagrado no livro "De exorcismis et supplicationibus quibusdam" (Sobre exorcismo e algumas orações). O livro pode ser utilizado apenas por sacerdotes que obtiveram uma licença de seu bispo e caso tenha provas que uma pessoa está possuída, comenta Truqui.
"No total, na Itália há cerca de 300 exorcistas, mas é errado limitar este conhecimento a 300 pessoas. Acho que todos os sacerdotes do mundo devem saber disso e, neste caso, as pessoas que pedem por ajuda, podem receber a resposta exata: recorrer a um exorcista ou psicólogo", opinou o interlocutor da Sputnik Itália.
Cesare Truqui deu também alguns conselhos para distinguir uma pessoa em possessão demoníaca de uma pessoa doente. Em particular, é preciso verificar se a pessoa tem traços de possessão, se fala algum idioma morto ou desconhecido, se possui conhecimentos antigos ou ocultos. Outro sinal de possessão, segundo Truqui, é a rejeição de símbolos sagrados pela pessoa.
O sacerdote lembra sua primeira cerimônia de exorcismo, quando ouviu pela primeira vez a voz do demônio.
"Esta experiência ficará com você por toda a vida. Muitos anos podem passar, mas quando você ouvir de novo a voz do demônio, imediatamente a reconhece. O exorcista se acostuma a coisas que parecem incríveis para outras pessoas", desabafou.
De acordo com Truqui, não se sabe quantos italianos estão de fato possuídos. A recente estatística mostra que quase meio milhão de italianos recorreram ao serviço de exorcistas. De 100% das pessoas que pedem ajuda, apenas 3% precisam dela de verdade, comenta o sacerdote.
No momento, ele afirma estar trabalhando apenas com 4 pessoas com este problema, então faz a conclusão que poucas pessoas estão de fato em possessão do mal.