Em janeiro, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) rebaixou a nota do Brasil para BB-, bem longe do selo de bom pagador. Já em fevereiro, foi a vez da agência Fitch também diminuir a nota brasileira pelo fracasso da tentativa do presidente Michel Temer (MDB) de aprovar a reforma da previdência. Em ambos casos, a situação das contas públicas foi apontada como fator preocupante.
"O setor externo de balanço de pagamentos não está com problema, a inflação também não tem problemas, mas a situação fiscal está complicada e não é de hoje. E se esse Governo veio para tentar melhorar a situação das políticas fiscais, o que vimos é que acabou deteriorando ainda mais desde o impeachment de Dilma Roussef. Nós temos uma situação fiscal que é ruim e a perspectiva de mudança não é tão breve. Pelo contrário, se avizinha uma situação muito complicada para sustentar a PEC 95, do teto dos gastos", afirmou o professor da UNICAMP à Sputnik Brasil.
Nesta semana, ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, cumpre extensa agenda internacional. Ele já participou no Canadá de reuniões com empresários do setor de mineração e da abertura da Bolsa de Toronto. Já nesta terça-feira (6) viaja para Nova York para encontros com representantes do mercado financeiro e de grandes bancos e fundos de investimento como Citibank e JP Morgan.
Lopreato acredita que a viagem de Oliveira tem como objetivo tentar acalmar os representantes do mercado financeiro.
"O que essas agências fazem? No mercado financeiro mundial e globalizado, você tem muitos agentes com disponibilidade financeira de fazer aplicações ao redor do mundo. E alguns desses fundos [de investimento] não têm capacidades de fazer uma avaliação dos tomadores de crédito. Essas agências surgiram com o objetivo de fazer esse papel."