O maior prejuízo das ações de Donald Trump recai sobre os parceiros dos EUA na OTAN — países da União Europeia e Canadá, cujas exportações de alumínio e aço predominam no mercado estadunidense. A aquisição no exterior permite às grandes empresas reduzir a produção de produtos que contenham metais, desde latas metálicas a tubulações. No entanto, a própria indústria siderúrgica sofre as consequências disso.
"Nosso saldo externo fica negativo em 800 bilhões de dólares por ano e tudo por causa de acordos comercias muito estúpidos", escreveu o líder americano em sua rede social.
A reação por parte da União Europeia foi imediata, seus líderes se mostraram indignados com tais imposições. O presidente do bloco europeu, Jean-Claude Juncker, prometeu tarifas punitivas sobre produtos de origem americana, como calças jeans, motocicletas e álcool. Em seguida, Trump afirmou que aumentará as tarifas sobre a produção automobilística alemã.
Mesmo assim, a UE espera concessões por parte dos EUA. Mas, segundo Trump, é justamente a Europa que tem que pagar aos EUA pelo retorno dos empregos perdidos.
Aleksei Makarkin, analista russo sobre assuntos políticos, acredita que Trump pode contar com o apoio da maioria dos republicanos e alguns democratas.
"Empresas estão sendo fechadas em vários distritos dos EUA, portanto os eleitores locais querem se proteger com medidas protecionistas. Os congressistas de distritos aplaudirão o presidente. Eles não desejam uma grande guerra comercial, mas estão sujeitos às medidas restritivas", informou.
Segundo o especialista financeiro russo, Evgeny Itsakov, as ações do presidente norte-americano trarão benefícios para os EUA, apesar das críticas rigorosas.
"O protecionismo de Trump cria condições para a retomada da indústria no país […] Trump tenta reativar a mentalidade que os americanos tinham em meados do século 20, ou seja, trabalho e vontade de assumir risco. Como resultado, a economia norte-americana apresenta um crescimento constante, enquanto a economia europeia encontra-se instável e a chinesa está em busca de reservas internas", opinou.
Por sua vez, outro especialista russo, Sergei Khestanov, informou sobre as consequências negativas.
"A maior ameaça é a possibilidade do início de guerras tarifárias. O aumento das tarifas aduaneiras inevitavelmente causará medidas de retaliação […]", advertiu o economista.