De acordo com o comissário-assistente Mark Rowley, no momento, os investigadores não podem revelar muitos detalhes, nem sobre qual substância teria sido utilizada. O que pode ser afirmado é que as suspeitas são de tentativa de homicídio e que, apesar do grave estado de saúde das duas vítimas, não há riscos de grande disseminação do agente, que chegou a atingir também um policial envolvido no caso, um dos primeiros a chegar ao local do suposto crime.
"Resumidamente, isso está sendo tratado como um grande incidente envolvendo tentativa de assassinato por administração de um agente nervoso", disse Rowley, explicando que Skripal e sua filha seriam, provavelmente, os únicos alvos específicos do ataque. "Nosso papel agora é, obviamente, estabelecer quem está por trás disso".
Ex-membro do Departamento Central de Inteligência da Rússia (GRU), Sergei Skripal foi condenado na Rússia em 2006 por cooperar, durante anos, com o serviço secreto britânico, o MI6, repassando informações confidenciais. Em 2010, no entanto, ele foi perdoado pelo então presidente russo, Dmitry Medvedev, e libertado através de uma troca de prisioneiros entre Rússia e Estados Unidos, mas acabou indo para a Inglaterra, onde vive na condição de asilado.
No último domingo, Skripal, de 66 anos, e sua filha Yulia, de 33, foram encontrados inconscientes em um banco de shopping de Salisbury, no condado de Wiltshire, com sintomas de envenenamento. Eles foram levados às pressas para um hospital, onde permanecem internados. Um restaurante da região chegou a ser fechado em meio à investigação do caso, mas a polícia não esclareceu detalhes das suspeitas.