"Eu não sabia que Rex Tillerson é especialista em relações chinês-americanas", disse Lavrov depois de se encontrar com o presidente Emmerson Mnangagwa em Harare. Ele acrescentou que "não é exatamente apropriado" para Tillerson falar sobre as relações da África com outros países, enquanto convidado dos africanos — especialmente de uma maneira tão "negativa".
Lavrov fez sua declaração quase ao mesmo tempo em que seu colega americano estava a cerca de 3.000 km mais ao norte — onde ele alertou os africanos sobre a influência da China. Tillerson pediu aos países africanos que avaliem cuidadosamente os benefícios dos empréstimos chineses em uma coletiva de imprensa na capital etíope, Addis Abeba, durante sua primeira viagem diplomática ao continente.
"Não estamos de forma alguma tentando manter dólares chineses fora da África", afirmou.
Ao interferir nos assuntos internos de outras nações, os EUA parecem estar perseguindo ambições "neo-imperialistas", disse Lavrov. "Nós não compartilhamos essa abordagem. Considero isso ‘neo-imperialista’. E nunca seguiremos essas políticas", acrescentou.
Lavrov acrescentou que a Rússia "nunca interferiu nos assuntos de outros países, apesar de Washington e outros países ocidentais reivindicarem o contrário diariamente". Ele ainda ressaltou que "nenhum fato disso foi apresentado" por quem acusa Moscou.
Entretanto, o ministro russo negou as afirmações do Departamento de Estado dos EUA sobre a ausência de discussões EUA-Rússia sobre um possível encontro entre ele e o secretário de Estado norte-americano.
"Eu não queria fazer um comentário sobre este assunto, mas hoje o Departamento de Estado dos EUA afirmou que não houve discussões sobre a nossa possível reunião com [Tillerson]. Posso dizer que isso é falso", concluiu.