O USS Carl Vinson ancorou no porto de Da Nang na segunda-feira (5). Seus marinheiros devem participar de programas de intercâmbio técnico e atividades esportivas com as forças armadas do Vietnã. Também está na agenda trabalho humanitário em orfanatos e em um centro de vítimas do Agente laranja — um herbicida cancerígeno despejado pelos EUA no país durante o conflito armado.
"A vigilância e a infelicidade da China são inevitáveis, mas não pensamos que a viagem ao Vietnã do USS Carl Vinson possa provocar problemas no mar do sul da China", afirma artigo no jornal Global Times.
O texto também aponta que "a cooperação entre Washington e Hanói não irá gerar ferramentas especiais para pressionar a China. A tensão está mais no nível psicológico e não terá nenhum efeito se a China a ignorar".
O Global Times é controlado pelo Partido Comunista da China e muitas vezes é utilizado para expressar posições não oficiais de Pequim.
Além da disputa entre as nações asiáticas, os Estados Unidos têm marcado presença na região. Enquanto Pequim pede que Washington fique longe, os EUA acusam a China de ocupar militarmente a região.
Em janeiro, o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, visitou o Vietnã e falou sobre a importância do laço entre os dois países: "Nós reconhecemos que os relacionamentos nunca ficam iguais. Eles ficam mais fortes ou eles ficam mais fracos e os Estados Unidos querem um relacionamento mais forte com um Vietnã mais forte".
Vietnã e China já tiveram conflitos militares. Os vietnamitas invadiram o vizinho Camboja para destituir o ditador Pol Pot — que tinha o apoio de Pequim. Os chineses não gostaram da interferência e invadiram o Vietnã em 1979, em um conflito que durou apenas 3 semanas mas deixou mais de 50 mil mortos. Desde a década de 1990, todavia, as relações entre Hanói e Pequim estão estáveis.