Sobre Lula, o presidente brasileiro afirmou ser favorável a que todos possam concorrer, porém as leis vigentes precisam ser respeitadas e, por respeitar as instituições, ele afirmou que caberá ao Judiciário dar um parecer sobre o petista.
"Defendo que todos podem ser candidatos, eu gostaria que todos pudessem exercer o direito político a ser julgado nas pesquisas pelo povo. No entanto, temos leis e às vezes isso impõe restrições e gera controvérsias. Quem entende e aplica as leis é o Poder Judiciário. Acredito que os advogados do ex-presidente Lula levarão os recursos para os tribunais superiores; então devemos esperar que os juízes se pronunciem, incluindo o Tribunal Superior Eleitoral. Como chefe do Poder Executivo, respiro a independência dos poderes e prefiro aguardar os fatos e não especular. O Brasil é maduro para enfrentar os desafios da democracia", ponderou.
O emedebista exaltou o que chamou de avanços do seu governo, ao dizer colocou "o Brasil no curso do século 21", e que isso só foi possível por "retomar o diálogo que foi interrompido com o Congresso", em referência direta às dificuldades da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) com o Parlamento, e tendo aprovado "reformas fundamentais".
"[Começamos] pelo ajuste nas contas promovidas pela alteração que estabeleceu o limite máximo das despesas públicas. Então, fizemos a reforma do ensino secundário, paralisada por décadas, aprovamos a nova lei do trabalho, modernizando a legislação de quase 80 anos. Nós fizemos isso mantendo intactos a nossa rede de proteção social de milhões de dólares. Então, em um resumo do meu governo, gostaria de destacar estas palavras: diálogo, responsabilidade fiscal e social", avaliou.
Temer ainda considerou que a Reforma da Previdência é o que segue pendente no seu governo, e que não desistiu de votá-la antes de 31 de dezembro, quando termina o seu mandato. Porém, tudo passará pela manutenção ou não da intervenção federal no Rio de Janeiro, que tem o foco na área de segurança pública e impede votações de emendas constitucionais pelo Congresso.
Sobre a intervenção, o presidente disse que ela é apoiada por 80% da população fluminense e que é um erro interpretá-la como uma medida eleitoreira.
"Estão cometendo o erro de politizar e ideologizar até o risco de vida que sobre a população do Rio, sobretudo os mais pobres, que vivem em áreas afetadas, sob o domínio de traficantes e milícias. É uma atitude, eu diria, irresponsável. Estão confundindo intervenção civil sobre segurança com militarismo e autoritarismo, em um apelo a tristes lembranças do passado. É uma comparação inoportuna", explicou à publicação.
Temer embarca para o Chile neste domingo, onde acompanhará a posse do novo presidente do país, Sebastián Piñera.