Colômbia vota e FARC testa sua força como partido político

© REUTERS / Jaime SaldarriagaAto da FARC em Bogotá.
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Os colombianos vão às urnas neste domingo (11) escolher um novo Congresso com uma direita ressurgente - e que faz forte oposição ao acordo de paz que tirou as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) da luta armada e a transformou em partido político.

O pleito deve ser um dos mais tranquilos em décadas no país já que as FARC agora são a Força Alternativa Revolucionária do Comum e o grupo armado Exército de Libertação Nacional (ELN) negocia uma trégua e obedece acordo de cessar-fogo.

"Esta é a primeira eleição em meio século em que votaremos em paz, sem as FARC como um grupo armado, mas como um partido político", disse o presidente Juan Manuel Santos.

O acordo de paz assegurou uma cota de 10 das 280 cadeiras do Congresso para ex-guerrilha marxista.

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As pesquisas de opinião, entretanto, indicam que é improvável que o novo partido político consiga ultrapassar estas 10 cadeiras. A FARC teve dificuldade para realizar comícios e eventos partidários já que muitas vezes suas atividades foram interrompidas por protestos.

"Apesar de, muito certamente, não conseguirem ter a votação que esperam, o que está em jogo para a Farc é o posicionamento e a possibilidade de ser considerada, de olho em seu verdadeiro interesse político: as eleições para prefeitos e governadores em 2020", disse à AFP Carlos Arias Orjuela, consultor político da Universidade Externado. 

Outro problema enfrentado pela FARC é a saúde de seu principal líder: Rodrigo Londoño (Timochenko). Ele desistiu da campanha presidencial na quinta-feira porque precisou passar por uma cirurgia cardíaca. 

O poder da direita

Com a esquerda dividida, setores da direita contrários ao acordo de paz devem formar maioria no Congresso e pavimentar seu caminho para as eleições presidenciais que acontecerão dentro de poucos meses.

O partido líder das pesquisas é o Centro Democrático, capitaneado pelo ex-presidente Álvaro Uribe — um dos mais vocais críticos da transformação da FARC em partido político.

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O acordo de paz, que rendeu ao presidente Santos o Prêmio Nobel em 2016, garantiu uma justiça de transição para os guerrilheiros que aceitaram deixar as armas e a determinação do pagamento de indenizações para vítimas de crimes. As FARC tinham cerca de 7 mil membros.

A medida despertou a fúria de muitos colombianos, principalmente os de direita, que pretendem melar o acordo de paz.

Boa parte do acordo, entretanto, já foi implementado. Com ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU), a Colômbia recolheu milhares de armas que estavam em posse da guerrilha. 

Analistas afirmam que um Congresso contrário ao acordo de paz pode bloquear pontos importantes que ainda não foram totalmente acertados, como a reforma agrária e a possibilidade de evitar a prisão por meio do pagamento de indenizações. 

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