O pleito deve ser um dos mais tranquilos em décadas no país já que as FARC agora são a Força Alternativa Revolucionária do Comum e o grupo armado Exército de Libertação Nacional (ELN) negocia uma trégua e obedece acordo de cessar-fogo.
"Esta é a primeira eleição em meio século em que votaremos em paz, sem as FARC como um grupo armado, mas como um partido político", disse o presidente Juan Manuel Santos.
O acordo de paz assegurou uma cota de 10 das 280 cadeiras do Congresso para ex-guerrilha marxista.
"Apesar de, muito certamente, não conseguirem ter a votação que esperam, o que está em jogo para a Farc é o posicionamento e a possibilidade de ser considerada, de olho em seu verdadeiro interesse político: as eleições para prefeitos e governadores em 2020", disse à AFP Carlos Arias Orjuela, consultor político da Universidade Externado.
Outro problema enfrentado pela FARC é a saúde de seu principal líder: Rodrigo Londoño (Timochenko). Ele desistiu da campanha presidencial na quinta-feira porque precisou passar por uma cirurgia cardíaca.
O poder da direita
Com a esquerda dividida, setores da direita contrários ao acordo de paz devem formar maioria no Congresso e pavimentar seu caminho para as eleições presidenciais que acontecerão dentro de poucos meses.
O partido líder das pesquisas é o Centro Democrático, capitaneado pelo ex-presidente Álvaro Uribe — um dos mais vocais críticos da transformação da FARC em partido político.
A medida despertou a fúria de muitos colombianos, principalmente os de direita, que pretendem melar o acordo de paz.
Boa parte do acordo, entretanto, já foi implementado. Com ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU), a Colômbia recolheu milhares de armas que estavam em posse da guerrilha.
Analistas afirmam que um Congresso contrário ao acordo de paz pode bloquear pontos importantes que ainda não foram totalmente acertados, como a reforma agrária e a possibilidade de evitar a prisão por meio do pagamento de indenizações.