Trump na semana passada aceitou o convite para se encontrar com Kim no final de maio, após meses de tensões e trocas de ameaças militares frequentes entre os dois líderes.
"Há dificuldades reais para essas negociações, inclusive se essa é apenas uma distração da Coreia do Norte, seja que Trump venha a ser capaz de entender todas as questões, e se qualquer acordo desmantelar verdadeiramente as Coreias", disse Blaney, que serviu no Departamento de Planejamento de Políticas do Departamento de Estado na década de 1970, sob os secretários de Estado Henry Kissinger e Cyrus Vance.
A administração de Trump deve entender se o alcance de qualquer possível acordo incluirá armas nucleares, mísseis de longo alcance e foguetes destinados a Seul, afirmou Blaney.
A Casa Branca também deve determinar o processo de verificação e, se o Conselho de Segurança da ONU deve implantar uma medida para proibir a proibição de embarques de materiais militares, armas nucleares e produtos relacionados a mísseis.
Trump e Kim também precisam estar preparados para oferecer concessões mútuas fora dos parâmetros estritos das negociações de desnuclearização, sugeriu Blaney.
"Nós veremos os principais elementos de construção de confiança em qualquer acordo?", perguntou.
Blaney disse que os Estados Unidos devem colaborar com países da região, embora alguns estejam preocupados com o fato de que Moscou poderia prejudicar os esforços de Washington para alcançar um acordo nuclear com a Coreia do Norte.
"Penso que no momento o Japão, a Coreia do Sul e a China são melhores agentes para um acordo", disse Blaney. "Dada a posição agressiva de [presidente russo Vladimir] Putin em relação aos EUA, [Rússia] provavelmente não seria visto na América como um parceiro construtivo".
A Rússia, no entanto, tem um interesse real em não ter uma guerra nuclear nas fronteiras, acrescentou.
Kim Jong-un expressou sua vontade de assinar um acordo de paz com os Estados Unidos, bem como estabelecer relações diplomáticas entre os dois países, informou a mídia sul-coreana na segunda-feira, citando uma fonte na administração presidencial em Seul.
Na semana passada, o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que a Rússia recebeu com bons olhos o encontro entre Trump e Kim. No entanto, Lavrov também disse que a reunião deveria abrir caminho para o diálogo destinado a resolver a crise nuclear coreana, com base nos princípios aprovados nas negociações de seis partes e no Conselho de Segurança da ONU.