Um blogueiro, depois de um encontro com o presidente Pyotr Poroshenko, escreveu um post sobre o plano do presidente ucraniano de fazer uma "limpeza geral" em Donbass.
Enquanto isso, Dmitry Yarosh, ex-líder do Setor de Direita (organização extremista proibida na Rússia), se pronuncia sobre o potencial da Ucrânia em conquistar vários territórios à Rússia.
"O mais importante é recuperar os territórios [Crimeia e Donbass] e depois vamos pensar – temos Kuban, a bacia do Don (região de Rostov), Voronezh", declarou.
Ao mesmo tempo, Vadim Sukharevsky, comandante de um batalhão de fuzileiros navais das Forças Armadas da Ucrânia, revela seu sonho durante uma entrevista: que as tropas ucranianas cheguem até Moscou.
Em princípio, não há nada de especial nessas ameaças, que são consideradas bastante comuns na Ucrânia. O que chama mais a atenção é que todas as declarações foram proferidas em um único dia e o recente encontro "fechado" entre Poroshenko e o blogueiro demonstra motivos pragmáticos e bem pensados.
Nos últimos anos, o sistema político ucraniano, o atual regime de Kiev e o próprio Estado ucraniano têm sido classificados como decadentes, agonizantes e arruinados.
No entanto, existe o outro lado da moeda. Durante todos estes anos, a elite ucraniana e Pyotr Poroshenko conseguiram formar uma máquina política estatal estável que trabalha para eles e lida com a resolução de tarefas pessoais dos seus líderes.
Mesmo assim, os resultados finais falam por si: problemas sistemáticos na economia, no setor social, na infraestrutura e em outros setores estão crescendo e refletem-se na degradação da qualidade de vida da população. Cada vez mais, qualquer tentativa de protesto termina em severa dispersão dos manifestantes.
Esse sistema não possui uma margem de segurança absoluta, apenas o forte instinto de sobrevivência pessoal por parte das atuais autoridades ucranianas.
Eles prosseguem uma política bastante cínica em relação ao seu próprio povo, mas a elite governante ucraniana consegue sentir quando a mola está demasiado comprimida.
E isso sem contar com outros problemas "pequenos", inclusive quando a Naftogaz acusou os ucranianos de consumo excessivo de gás.
Como resultado, os clamores por uma vitória sobre a Rússia "agressora" por parte de blogueiros, deputados e políticos já não funcionam tão bem como antes, mas ainda funcionam. Portanto, se eles funcionam, as mudanças ainda não fazem sentido.