"Muitos de nossos colegas já tentaram considerar a hipótese que sustenta que a erupção de Toba quase levou a humanidade à beira da extinção. Todas as tentativas falharam, porque eles não conseguiram descobrir vestígios de erupção nem indícios que comprovassem que aquele lugar era habitado por humanos durante o cataclismo", informou Curtis Marin, da Universidade Estadual do Arizona (EUA).
Hoje, muitos paleontologistas e evolucionistas acreditam que as erupções vulcânicas de grande escala desempenharam um papel fundamental na maioria dos casos de extinção. Como exemplo, a extinção do Permiano, também conhecida como A Grande Agonia, que resultou na morte de aproximadamente 96% de todas as espécies marinhas da Sibéria devido à liberação de grandes quantidades de magma.
Recentemente, os arqueólogos encontraram evidências de que os humanos começaram a aparecer no planeta entre 150 e 170 mil anos atrás, a dezenas ou a centenas de milhares de anos antes do que havia sido cogitado anteriormente. Esta descoberta fortaleceu a teoria do "apocalipse vulcânico", porque todos os humanos desapareceram há cerca de 70 e 80 mil anos, quando ocorreu a erupção.
Curtis Marin e seus colegas encontraram vestígios de que o cataclismo quase não afetou os humanos que habitavam a costa da África do Sul e do Sudeste. Eles estudaram os sedimentos formados após a erupção em duas cidades turísticas — Vleesbaai e Pinnacle Point, na costa sul da África do Sul — habitadas no passado pelo Homo sapiens.
Depois da descoberta, os cientistas estudaram a evolução da vida dos humanos pós-erupção. Segundo eles, a erupção não afetou o modo de produzir ferramentas nem a quantidade, o que confirma que o cataclismo em Sumatra não afetou a vida dos humanos que habitavam a África naquela época.
Ainda não se sabe se a África do Sul é uma exceção às regras ou uma tendência geral. Os cientistas acreditam que a descoberta das cinzas da erupção na África ou em outros continentes pode responder a esta pergunta.