O chanceler sérvio, Ivica Dacic, declarou anteriormente que a chegada de Mitchell é a primeira visita de um funcionário de alto escalão da nova administração dos EUA a Belgrado.
Porém, segundo historiador e especialista em assuntos norte-americanos sérvio Sasha Adamovic, Mitchell não pode ser considerado verdadeiro membro da "administração Trump", pois pertence ao grupo de novos neoconservadores que tentam minar a normalização das relações entre Moscou e Washington, anunciada por Donald Trump.
"Pelo que ele escreveu em seus dois livros sobre geopolítica, caracteriza-se por uma forte posição antirrussa. Ele considera a Rússia, tanto como a China e o Irã, como um dos principais inimigos geopolíticos na arena internacional", comentou à Sputnik Sérvia.
Uma das opções que Mitchell pode propor a Belgrado é entrada do Kosovo em organizações internacionais, mas esta é absolutamente inaceitável para a Sérvia.
"Acredito que os EUA devem desistir da política de pressão e chantagem em relação à Sérvia, enquanto que a Sérvia deve seguir uma política externa mais ativa, tomando uma posição mais clara quanto a suas prioridades. Uma destas deve ser a inadmissão de adesão do Kosovo a organizações internacionais, em primeiro lugar à ONU", opinou.
O interlocutor da Sputnik acredita que apenas assim e juntamente com aliados externos, como a Rússia e a China, Belgrado pode fazer com que o governo estadunidense mude sua política em relação à Sérvia e proponha uma solução melhor para o problema ao redor do Kosovo.